Embora o mundo dos jogos on-line, como Ultima Online e EverQuest, abranja apenas uma pequena fatia da atual indústria de games, de acordo com especialistas, ela representa um dos ramos mais rentáveis do setor, somando cerca de US$ 210 milhões em receitas no ano passado. A expectativa, de acordo com distribuidores e analistas de jogos, é que o segmento cresça ainda mais nos próximos anos, chegando a atingir US$ 1,8 bilhão até 2005. As companhias de games já até cogitam a possibilidade de cobrar taxas de inscrição de jogadores on-line como forma de obter receitas em um futuro próximo. No entanto, a anarquia que impera na rede mundial de computadores pode colocar tudo a perder.

A Electronic Arts, por exemplo, um dos distribuidores líderes de games, prevê que 400 mil assinantes pagarão cerca de US$ 15 por mês para jogar The Sims Online até o fim deste ano. Os inscritos, entretanto, podem não conseguir permanecer no jogo até o final porque a fragilidade do sistema à invasão de hackers torna as histórias suscetíveis às mais variadas formas de intervenção.

Embora representem uma minoria, os invasores dos sistemas podem tirar a graça da brincadeira ao acrescentar na rede jogos ou personagens não-autorizados desenvolvidos por eles mesmos. “Ninguém quer pagar uma certa quantia por mês para depois ser liqüidado por um hacker no mesmo instante em que efetuar o login”, disse Michael Gartenberg, diretor de pesquisas da Jupiter Media Metrix.

Já o desenvolvedor de games Matt Pritchard, da Ensemble Studios, conhecido por sua série de jogos de estratégia Age of Empires, considera que a possibilidade de ataques de hackers deverá impedir que jogadores sem muita experiência em jogos on-line entrem para o mercado dos games, já que estes terão mais dificuldade de se desvencilhar de uma invasão do que os jogadores já experientes, que saberão encontrar ferramentas de acesso caso tenham algum problema. “Se o usuário comum entrar na rede e não tiver uma experiência bem-sucedida, por que ele continuaria a pagar US$ 9,95 para participar de um mundo de trapaças?”, disse Pritchard.

Atentos ao problema, anunciantes e principais representantes da indústria de games se reuniram na última edição do evento E3, em Los Angeles (EUA), para discutir o nível de segurança em jogos como Star Wars Galaxies e The Sims Online.