O mais importante desfalque do São Caetano para a partida contra a Ponte Preta, domingo às 16h, no estádio Anacleto Campanella, pela Série A-1 do Paulista, o lateral-esquerdo César – que está suspenso – se incorporou sábado à tarde ao grupo em Atibaia. De camiseta, calça jeans e segurando as chuteiras debaixo do braço, César, 26 anos, voltou a mostrar seu lado polêmico.

Depois de sua estréia na Seleção Brasileira, ofuscada pela derrota de quarta-feira por 1 a 0 para o Equador, nas eliminatórias da Copa do Mundo, César não se conteve no saguão do hotel diante de alguns funcionários. “Juro que estou saturado de ser lembrado pelo passado de ser o ex-prisioneiro que deu a volta por cima. Já paguei pelo meu erro, expliquei o caso várias vezes, pedi desculpas, mas tudo é passado. Por favor, gente (referindo-se à imprensa), esqueçam que um dia eu estive atrás das grades”.

Admirado por fãs que faziam parte de uma convenção empresarial no hotel – que ouviram seu desabafo –, César deixou claro que deseja ser mais respeitado como atleta profissional, ser humano. “Hoje sou uma nova pessoa, nova criatura. A televisão, principalmente, insiste em me discriminar”. Mais tarde, no campo, César considerou que o vexame da Seleção Brasileira em Quito, no Equador, pode não ser o último do Brasil nas eliminatórias.

“Criticar a seleção é fácil. Enquanto não houver um calendário mais organizado e tempo adequado para os treinamentos, o técnico Emerson Leão jamais conseguirá dar conjunto a equipe. O São Caetano jamais chegaria onde chegou se não fosse sua infra-estrutura diretiva e o conjunto conquistado mediante os intensos treinamentos”, afirmou o lateral, que espera ser novamente convocado para o próximo jogo do Brasil nas eliminatórias, contra o Peru.

Na Seleção, César aproveitou para conhecer melhor alguns jogadores que são seus verdadeiros ídolos. “Conversei um tempão com o Rivaldo. Ele é uma excelente pessoa. É muita cobrança em cima de cobrança. O Romário é outro cara bacana. O que falta é treinar, e treinar. Sem isso, vamos ter mais vexames. O Leão tem grandes projetos, mas é complicada a situação. É preciso dar-lhe condições de trabalho”, disse o lateral.