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Cozinha de mostruário é dor-de-cabeça de casal
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
10/01/2006 | 08:11
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O arquiteto Plínio Paganini Neto, 25 anos, foi obrigado a adiar o casamento por causa de problemas relacionados a uma cozinha modulada completa, que comprou na loja Dellanno, localizada na avenida Goiás, no Centro de São Caetano. Em razão do atraso na entrega, entre outros fatores, Neto teve de transferir o casamento – marcado inicialmente para novembro do ano passado – para fevereiro.

Tudo começou em fevereiro de 2005, quando Paganini Neto viu um comercial na TV sobre uma promoção e ficou interessado: por R$ 5 mil, ele levaria uma cozinha completa do mostruário da Dellano, incluindo armários, pia, cuba e fogão, entre outros itens.

O arquiteto e a noiva, a publicitária Gisele de Paula, 26 anos, moradores do bairro Cidade Dutra, zona Sul da capital, foram até a loja da Dellanno em São Caetano e compraram a cozinha de mostruário ofertada na propaganda. Acertaram o pagamento em dez vezes.

O contrato firmado entre as partes determinava que a entrega da cozinha deveria ocorrer em julho, no apartamento novo onde mora o casal. No entanto, a partir dessa data, começaram as dores de cabeça do arquiteto e da publicitária relativas ao negócio. “Para começar, não entregaram tudo, somente a metade das peças. E o que entregaram estava um horror. As madeiras dos armários estavam batidas, riscadas; a cuba estava amassada e os tamanhos acertados estavam todos diferentes. O transporte dos objetos deve ter sido horrível. O entregador mesmo disse que nunca tinha visto uma cozinha tão feia. Estava bem diferente do que eu e minha noiva havíamos visto e comprado quando verificamos o mostruário da loja”, conta o arquiteto Plínio Paganini Neto.

Enrolação – Os noivos contam que fizeram, então, diversas reclamações para a Dellanno, mas sempre foram enrolados pela gerência e por outros funcionários. “Começou um funcionário a passar para outro o problema, e ninguém resolvia a situação. Houve também algumas trocas de gerentes na loja, e cada gerente novo dizia que não sabia direito o que tinha acontecido. Nunca fiquei tão estressado em toda minha vida”, queixou-se Neto.

O fogão comprado do mostruário foi perdido. “Simplesmente sumiu. A loja informa que não sabe onde foi parar o modelo, dizem que foi extraviado. Prometeram entregar outro fogão. Isso é só um exemplo de como fomos tratados”, conta a noiva Gisele.

Em novembro, funcionários da loja foram até o apartamento para tirar novas medidas da cozinha. “Fizeram isso várias vezes e o problema não foi resolvido. Tive de adiar o casamento e pagar dois aluguéis: do apartamento novo e do antigo imóvel, onde morava. Acionei o Procon e também estou processando a loja por danos morais e materiais por causa dos transtornos”, diz o arquiteto. Mesmo sem a cozinha completa, Neto acabou mudando para o novo apartamento. Por conta do impasse junto à Dellanno, ele só come comida feita no microondas e o tanque de lavar roupa serve também para lavar louça.

O atual gerente da Dellanno, Aurélio Costa, afirma que a situação será resolvida em 30 dias. “Dependemos de entregadores de madeira que saem do Sul do país, e eles pararam de trabalhar por causa do Natal e do Ano Novo. Quando os noivos compraram o mostruário, devem ter visto que havia alguns pequenos defeitos. O atraso também foi causado porque eles passaram medidas erradas das peças. Apesar dos problemas, vamos resolver a situação”, garante o gerente.

Os noivos negam que passaram as medidas erradas. “A loja tem consciência de que errou, mas não sabe o que falar. Informamos todas as medidas corretas e fomos prejudicados. Se eles soubessem trabalhar direito, nada disso teria acontecido”, afirma o arquiteto.




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