Mesmo tentando evitar nova indisposição com liderança contrária ao governo de Mauá, comandado por Oswaldo Dias (PT), a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) rebateu a declaração do vereador Atila Jacomussi (migrando para o PPS). Em reportagem publicada ontem pelo Diário, o parlamentar pediu que sua afilhada de casamento desista de disputar a Prefeitura em 2012 em nome da união da oposição.

"Neste momento eu não me sinto à vontade para pedir que alguém retire pré-candidatura. A conversa do Atila é equivocada e precipitada", criticou a peemedebista, que desponta como a principal adversária à tentativa de reeleição do prefeito. "Gosto do Atila. Sei que desenvolve trabalho sério no mandato. Mas é cedo para lançar candidatura e muito mais cedo para retirar", considerou.

Vanessa reiterou que quer a oposição unificada. O cenário, no entanto, mostra o bloco fragmentado. Além dela e de seu padrinho, surgem como possíveis candidatos ao Executivo os ex-prefeituráveis Paulo Bio (PV) e Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PTdoB), e os vereadores Edimar da Reciclagem (PSDB) e Irmão Ozelito (rumando para o PTB).

Restando quase dez meses para a data limite dos registros das candidaturas, a deputada prega o diálogo com as demais lideranças contrárias à administração petista em busca de consenso. "Agora temos de mostrar que temos propostas melhores que as do PT. Não podemos perder o foco, que é combater o governo Oswaldo Dias."

Desprendimento - A definição do representante da oposição para o pleito passará, pelo menos no desejo de Vanessa Damo, por pesquisas de intenção de voto. Este é, inclusive, o trunfo da peemedebista para atrair aliados, já que confia que encabeçará os levantamentos entre os oposicionistas. O resultado da primeira consulta deverá ser divulgado no início de outubro.

"Quem definirá os candidatos será a população. A vontade de cada um é legítima, mas, a partir da apreciação popular, é preciso ter desprendimento", avisa, em recado claro aos colegas. "Tenho sentido nas ruas o desejo para que eu lance candidatura a prefeita", garante.

Apesar da movimentação, unir a oposição em torno de uma única candidatura ao Paço de Mauá é missão quase impossível. A diversidade de interesses e discursos pouco pacificadores pelo consenso deverão contribuir para o surgimento de terceira e até quarta chapa.

O cenário dividido também é considerado por Vanessa. "Mesmo que saia mais de um candidato da oposição temos de ter ao menos união de sentimento de combater o que não vem sendo bom", insiste, em mais um ataque à administração petista.