Política Titulo São Bernardo
Setores da Prefeitura de São Bernardo em prédio residencial não têm AVCB

Salas onde ficam rotativo e Centro de Referência da Mulher apresentam infiltração e vazamentos

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
22/03/2014 | 06:33
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Nario Barbosa/DGABC


Dois departamentos da Prefeitura de São Bernardo em prédio de uso misto localizado no Centro funcionam sem AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) desde 2009. Há também infiltrações e vazamentos em setores em que estão o Rotativo de São Bernardo e o Centro de Referência da Mulher Marcia Dangremon.

O edifício Wallace Simonsen, situado na esquina da Avenida Marechal Deodoro com a Rua Doutor Flaquer, é o mais antigo da cidade. Seu projeto básico data de 1945 e sua construção terminou em 1952. São oito andares, sendo o térreo disponibilizado a uma agência bancária, primeiro e segundo pavimentos à administração municipal e o restante é ocupado pelos 37 moradores.

O último laudo do Corpo de Bombeiros atestando segurança do prédio foi emitido em 11 de agosto de 2006, com validade até 2009. Desde então, a documentação segue irregular perante aos bombeiros, desrespeitando inclusive legislação proposta pelo prefeito Luiz Marinho (PT) e sancionada pelo petista em junho de 2013. Pela lei 6.279, em seu artigo 9º, edifícios de usos mistos são obrigados a apresentar AVCB.

Síndica do prédio, Caroline Bitencourt afirmou que o setor residencial já se adequou para ser reavaliado pelo Corpo de Bombeiros para regularizar o AVCB. A agência bancária, segundo ela, também manifestou interesse em solucionar o problema. “A Prefeitura vem maquiando a situação. Não quer resolver. Os bombeiros não dão auto de vistoria para metade do prédio. Tem de ser para o prédio todo. E a Prefeitura não faz sua parte.”

O governo Marinho respondeu que foi notificado apenas no dia 25 de setembro sobre a falta de regularização do documento e necessidade de realização de intervenções para requerer o aval dos bombeiros – entre as adequações estão instalação de luzes de emergência, alarme, sinalização e revisão de extintores. Previsão do Paço é terminar esse serviço até maio. “Após isso, o condomínio necessitará solicitar a vistoria final dos bombeiros e a emissão do AVCB do prédio todo”, informou o Executivo.

A situação do prédio foi alvo de requerimento protocolado pelo vereador Manuel Martins (PPS). Aprovada na quarta-feira, a solicitação do popular-socialista exige respostas da gestão petista.

CONTA DE ÁGUA
Outra reclamação dos moradores é com relação ao valor da conta de água paga pelo condomínio. Eles alegam que havia acordo para que a Prefeitura depositasse 10% da quantia cobrada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) do consumo coletivo. Mas que, como desde 2009 os departamentos da administração municipal recebem mais funcionários, o repasse está insuficiente.

Antes de Marinho assumir o Paço, os dois andares serviam ao Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) e à assistência jurídica oferecida pelo município. Trazer o Rotativo de São Bernardo e o Centro de Referência da Mulher foi planejamento do petista. Com isso, há mais de 200 servidores públicos no local.

“A conta saltou de R$ 800 para R$ 2.800. A Prefeitura deposita R$ 280, mas consome muito mais”, ressaltou Caroline. Ata do condomínio aprovada em outubro obriga o Executivo a custear 65% do valor da conta. O Paço recorreu da decisão, afirmando que não havia número suficiente de moradores para ratificar a mudança.
 




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