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Exportação cresce em volume e valores
Por Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
05/03/2010 | 07:00
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O crescimento de 53,9% das exportações no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2009 revela que os mercados para os quais o Brasil exporta máquinas agrícolas e veículos começam a se recuperar da crise mundial. Países da América Latina, Oriente Médio e África são os principais compradores.

Entre janeiro e fevereiro, a indústria automobilística exportou US$ 1,569 bilhão contra US$ 1,019 bilhão do mesmo período de 2009. Em unidades (somado automóveis e máquinas agrícolas), o setor vendeu para o mercado externo 106,3 mil unidades - crescimento de 102,9% sobre as 52,4 mil do primeiro bimestre do ano passado.

Para o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, a forte recuperação, porém, não será suficiente para atenuar as perdas que fabricantes brasileiros acumularam nos últimos anos em vendas para o Exterior.

A entidade prevê que o Brasil encerre 2010 com exportação de 530 mil veículos, o que representará aumento de 11,5% sobre o volume de 2009.

Ainda assim o montante ficará distante das 900 mil unidades que o Brasil exportou em 2006. Em valores, o País deverá acumular neste ano US$ 9,2 bilhões. Em anos anteriores, chegou a superar os US$ 12 bilhões.

Schneider considera a retomada plena dos mercados bastante difícil, pois os fabricantes nacionais passarão a enfrentar concorrência mais acirrada, principalmente dos asiáticos, que têm, segundo ele, produtos mais competitivos em custos que os produzidos no Brasil.

O presidente da Anfavea afirmou que políticas de incentivo ao setor são necessárias para ampliar a competitividade da indústria nacional. "Deficiência na infraestrutura, problemas de logística e transporte, além da carga tributária elevada, são alguns dos fatores que tiram competitividade do produto nacional", afirmou Schneider.

CAMINHÕES - Um dos segmentos mais afetados pela crise que se abateu sobre a indústria automobilística desde setembro de 2008, o mercado de caminhões também apresenta sinais fortes de recuperação ao registrar crescimento de 38,3% no primeiro bimestre. No período foram comercializadas 17,7 mil unidades contra 12,8 mil dos primeiros meses de 2009.

A produção de pesados também teve alta expressiva: passou de 15,1 mil (primeiro bimestre de 2009) para 25,1 mil unidades nos dois primeiros meses de 2010, o que representa elevação de 66,5%.

A recuperação de caminhões reflete forte atividade econômica, já que as vendas no setor dependem do bom andamento da economia. "Diferente do automóvel, as empresas só investem em caminhão quando há demanda por transporte", afirma o presidente da Anfavea.

A recuperação das vendas e produção de máquinas agrícolas também são sinais positivos da economia. Em fevereiro, a comercialização cresceu 16,5%, passando de 4.576 unidades para 5.329. Se a base de comparação for o mês de fevereiro do ano passado, o aumento é mais expressivo: 46,4%. No bimestre, as vendas ampliaram 47,4% em relação ao mesmo período de 2009. "É sinal claro de recuperação", disse Schneider.




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