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Documentário adia visita de ministro israelense ao Cairo
Por Da AFP
05/03/2007 | 10:39
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A polêmica criada no Egito por um documentário que acusa um ministro israelense de eliminar soldados egípcios durante a guerra israelense-árabe de 1967 pode virar um incidente diplomático entre Israel e Egito.

Em função dessa acusação, o ministro israelense de Infra-Estruturas, Binyamin Ben Eliezer, teve de adiar uma visita prevista para quinta-feira ao Egito. "Depois das informações infundadas publicadas sobre este assunto e o ambiente atual, que não é propício, as duas partes concordaram em adiar a visita de Ben Eliezer prevista para quinta-feira", declarou Mosheh Ronen, conselheiro de do ministro.

Durante a visita, Ben Eliezer abordaria questões relacionadas à importação de gás natural por parte de Israel. O ministro negou formalmente que os prisioneiros de guerra egípcios tenham sido mortos por uma unidade que ele dirigia durante a guerra israelense-árabe de junho de 1967.

Na semana passada, a televisão pública israelense exibiu um documentário sobre esta unidade, o comando Shaked. O programa afirmava que 250 prisioneiros de guerra egípcios foram assassinados pela unidade ao final dos combates, na região de El Arich, na península do Sinai.

O assunto é polêmico no Egito, primeiro país árabe a assinar um tratado de paz com Israel, em 1979. "Os soldados mortos pertenciam a um batalhão de 'Fedajines' palestinos, que operavam na Faixa de Gaza contra Israel", segundo o ministro, que enfatizou que eles não foram eliminados, e sim morreram em combate.

Ben Eliezer, que foi general da reserva e ministro da Defesa, dirigiu o comando Shaked de 1967 a 1970. O Egito pediu no domingo a Israel um esclarecimento do assunto, que é alvo de debate no Parlamento.

Por outro lado, o ministro egípcio das Relações Exteriores convocou no domingo o embaixador de Israel no Egito, Shalom Cohen, para comunicar sua "profunda condenação" do assunto relatado no documentário.

O ministro egípcio enfatizou "a necessidade de abrir uma investigação à luz das novas informações e declarações de testemunhas contidas no documentário, e de levar os acusados ante os tribunais".

"O assunto está tomando a dimensão de um importante incidente diplomático", comentou um alto dirigente israelense que não quis ser identificado. "As relações entre os dois países estão comprometidas", acrescentou.

Em 1995, o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin reconheceu a responsabilidade de seu país no assassinato de prisioneiros de guerra egípcios durante um encontro com o presidente do Egito, Hosni Mubarak.



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