Cultura & Lazer Titulo USCS
Artistas mulheres viram registro
Por Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
21/06/2010 | 07:04
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A peculiaridade que as mulheres trouxeram para o exercício do teatro e a formatação de sua identidade aqui no Grande ABC renderam um interessante registro captado pelo jornalista do Diário Eduardo Chaves para a USCS (Universidade Municipal de São Caetano), pelo projeto Memórias do ABC.

A Alma Feminina nos Palcos do ABC é uma pesquisa de dois anos, que resultou num artigo de 26 páginas recheado com vídeos e fotos. O trabalho pode ser visto no site www.uscs.edu.br/memoriasdoabc.

"O mais interessante é que todas elas não eram só atrizes, eram donas de casa, trabalhadoras de fábricas e dentro do teatro, mesmo, executavam múltiplas funções", conta Chaves, que acrescenta que muitas saiam da parte técnica para os palcos. "Uma mulher foi trazendo a outra. Tinha quem começava costurando e terminava atuando."

Longe do glamour que se pensa quando evoca um artista teatral, Chaves foi atrás das pessoas que não tiveram voz e nem estão na mídia para conferir à história sua experiência. "A intenção não era pegar gente como a Cássia Kiss, mas as mulheres que deram início ao feminino no teatro regional e que foram excluídas e não puderam contar sua história."

Um dos aspectos importantes é o preconceito sofrido por essas artistas. "A maioria delas sofreu principalmente na ditadura, com a censura. Mas teve algumas que foram recriminadas em suas casas, nas ruas, eram até chamadas de prostitutas."

Outra faceta diz respeito à verdadeira representação do feminino no teatro. "Antes, os homens interpretavam todos os papéis, inclusive os femininos. A presença de atrizes acentuou a importância e imprimiu a relevância das personagens mulheres dentro do palco."

Logo, essa presença ficou mais forte. "Elas começaram a ganhar prêmios, concorrendo junto com homens e consolidando seu trabalho."

A pesquisa abrange da década de 1950 a 1980. Entre os 18 personagens que Chaves encontrou, duas chamaram sua atenção: "Hilda Breda e Ana Maria Médici, ambas do Regina Pacis, um grupo antigo de São Bernardo, são espelhos e exemplos vivos dessa história. Do início das dificuldades e preconceitos até hoje, elas dedicam-se com amor ao ofício teatral."




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