Política Titulo 'Injustiça'
Por aval do TSE, Juliano diz que não é 'pai da criança'
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
04/12/2012 | 07:00
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Com pedido de impugnação de sua candidatura em vigência, o vereador de Santo André Sargento Juliano (PMDB) ataca deliberação monocrática da ministra do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Nancy Andrighi por ter acatado recurso do Ministério Público Eleitoral, favorável à sua cassação. Segundo o peemedebista, a condenação seria injustiça, negando responsabilidade pelas ilegalidades cometidas pela presidência da Casa. "Não sou o pai da criança e não vou assumir."

Juliano se refere ao pagamento de ajuda de custo e 13º salário aos vereadores em 2002, período em que ocupou o cargo da presidência da Câmara por 13 dias em substituição ao titular Carlinhos Augusto (PT), que, na ocasião, assumiu a Prefeitura no lugar do então prefeito João Avamileno (PT). Por conta da concessão de auxílios complementares - benefícios considerados irregulares -, as contas do Legislativo foram rejeitadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

O peemedebista refuta qualquer envolvimento no pagamento de subsídios no breve período à frente da Casa - do dia 1º a 13 de novembro -, afirmando que sequer assinou documentos na ocasião. "O empenho da verba não foi firmado por mim. O pagamento foi feito pelo Carlinhos no mês de dezembro, por isso não posso ser culpado por coisa que não fiz. Fui somente figura decorativa", disse, acrescentando que confia na decisão positiva para sua continuidade no Legislativo - reeleito ao quinto mandato.

Por unanimidade, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) deferiu o registro da candidatura de Juliano para a vereança ao avaliar seu recurso. Contudo, a PRE (Procuradoria Regional Eleitoral), órgão ligado ao MP, recorreu ao TSE ao pedir cassação com base na Lei da Ficha Limpa. Os documentos retornaram ontem ao gabinete da ministra, que pediu levantamento para analisar se o peemedebista causou prejuízo aos cofres públicos. A decisão pode sair nessa semana.

Caso a Justiça Eleitoral indefira o registro do peemedebista, o atual presidente da Câmara, vereador José de Araújo (PMDB), também sofrerá prejuízo. Juliano foi o candidato mais bem votado no pleito, obtendo 8.551 votos. Por conta do quociente eleitoral, uma decisão desfavorável derrubaria as duas cadeiras do PMDB.

 




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