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Comprar à vista é o melhor negócio
Guilherme Yoshida
Do Diário do Grande ABC
09/12/2006 | 20:06
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Natal é época de trocar presentes. E de se fazer muitas dívidas também. A orientação, segundo economistas, é que o consumidor realize compras à vista neste período de fim de ano e evite iniciar 2007 endividado. Já a dica para o consumidor que for parcelar a compra, é que não preste atenção apenas no valor das prestações, já que estas com valor baixo podem esconder juros muito altos.

Especialistas recomendam que o consumidor planeje-se com bastante antecedência e procure lojas para pesquisar preços. Se a opção for por algum financiamento, o prazo que é oferecido pelo estabelecimento, a taxa de juros e qualquer outra cobrança que esteja embutida, como abertura de crédito, devem ser verificados.

“O ideal é que se pague à vista o produto, para conseguir um desconto e não ter tantos encargos envolvidos na operação. Senão, uma boa alternativa é que se aplique um bom dinheiro na entrada, para reduzir ao máximo o prazo do pagamento. Outra opção é que seja feito um financiamento com o valor das parcelas um pouco mais alto para a conta no final ficar mais barata e você não pagar juros tão altos”, explica o professor de Economia do Imes (Universidade Municipal de São Caetano), Radamés Barone.

Na compra de uma geladeira, por exemplo, por meio de um crediário em uma grande rede de loja pode-se notar exatamente a diferença que os juros fazem no bolso do consumidor. O preço à vista do eletrodoméstico é de R$ 800. Porém, financiada em 12 vezes as parcelas saem por R$ 96,05, o que resulta no valor de R$ 1.152,60.

Com o aumento de 44% – ou R$ 352,60 – o consumidor poderia comprar uma impressora jato de tinta e ainda sobraria dinheiro.

Depois da casa própria, o grande sonho de consumo do brasileiro é o automóvel. Um veículo popular pode ser encontrado a partir de R$ 25 mil à vista. No entanto, parcelado em 48 meses, por exemplo, o bem custará R$ 48.905,28, o que representa uma diferença de 95,62%, praticamente o valor de um outro automóvel.

“Os juros são cobrados pois em um financiamento está se utilizando recursos financeiros que foram emprestados”, explica Barone. “O grande problema desta época é o acúmulo de prestações de diversos produtos, o que faz o consumidor começar o ano seguinte endividado”, completa.

O professor de economia recomenda que o ideal é que, na hora da compra, as pessoas se planejem, tentem negociar as formas de pagamento e sempre consultem diversas lojas, preços e os juros mais baratos.

“A melhor alternativa, hoje e sempre, é comprar à vista”, afirma o coordenador de pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira.

Ele conta que produtos de ginástica, artigos de decoração e do lar formam as categorias que contêm as maiores taxas de juros em um financiamento.

“Quanto maior o prazo a ser pago, mais cobranças estarão embutidas no valor final do produto. O ideal é que se dê uma boa entrada e parcele no menor tempo possível”, recomenda. “Em alguns casos, chega a dobrar o custo de um produto financiado, devido aos juros altos. O consumidor deve saber pesquisar as taxas para que não seja surpreendido no final do pagamento”, conclui Oliveira.



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