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Grande ABC registra um caso de Covid por minuto em janeiro

Nos primeiros 21 dias de 2022 foram reportados pelas prefeituras 31.151 diagnósticos positivos, média de 1.483 a cada 24 horas

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
23/01/2022 | 00:01
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Claudinei Plaza/DGABC


O surgimento da variante ômicron tem feito explodir o número de infecção pelo coronavírus no Grande ABC. De acordo com dados dos boletins epidemiológicos das prefeituras, do dia 1º de janeiro até sexta-feira já foram 31.151 diagnósticos positivos para Covid, ou seja, média de 1.483 por dia, ou uma nova contaminação a cada minuto. A expectativa é a de que o primeiro mês de 2022 entre para a história da pandemia com o maior número de contaminações, marca que atualmente pertence a outubro de 2021, quando foram 37.409 novos casos.

De acordo com avaliação de especialistas, a região e o Brasil ainda não atingiram o pico da nova variante e, com isso, as próximas semanas devem ser de novas altas nos casos de contaminações. “Estamos ainda na fase de ascensão da ômicron, que é uma variante na qual uma pessoa transmite para outras 10 ou 20. As pessoas se aglomeraram no fim do ano e chegaram contaminadas e isso disseminou. Agora estamos tendo muitos casos. Como tivemos apagão no Ministério da Saúde por causa do ataque hacker em dezembro, tivemos dificuldade no controle dos números, mas nos últimos dias já projetou (a realidade) com 200 mil novos casos identificados. Provavelmente vamos ter até a semana do Carnaval um aumento, um pico de número de casos, e a partir daí deve começar a cair”, estima o infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), José Ribamar Branco.

Apesar da alta nas contaminações, a letalidade segue baixa. Em janeiro o indicador aponta para 0,28, ou seja, para cada 3.000 pessoas que se contaminam acontece uma morte. De acordo com o especialista, isso ocorre principalmente porque o Grande ABC conseguiu avançar na vacinação. Até sexta-feira, 98,3% das pessoas com 12 anos ou mais já tinham iniciado o esquema vacinal, 92,1% receberam a segunda dose e 36,6% estão com o reforço em dia.

“Nesses casos da ômicron os pacientes que não tomaram a vacina tem uma evolução muito ruim, igual no começo da pandemia, com quadros graves e precisa de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Consequentemente, os que não tomaram a segunda dose ou não tomaram o reforço têm maior risco de evoluir para uma complicação. Atualmente, menos de 20% das pessoas que têm indicação da dose de reforço foram tomar a vacina no Brasil”, lamenta Branco. 

O infectologista recomenda redobrar a atenção com os protocolos sanitários nos próximos dias, principalmente para os grupos de risco, como idosos, imunossuprimidos e pessoas portadoras de comorbidades. “Estamos explodindo de casos, vai continuar porque não há medidas restritivas, as pessoas não usam a máscara de forma correta e isso acontece todos os dias. Engana-se quem diz que a ômicron não é letal. Ela é letal em alguns grupos específicos, quem tem comorbidade e idosos podem ter uma descompensação”, finaliza Branco.




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