A Fifa suspendeu ontem dois integrantes da entidade pelo suposto envolvimento de ambos nas candidaturas para receber os Mundiais de 2018 e 2022. O presidente do comitê de ética, Claudio Sulser, esclareceu que o nigeriano Amos Adamu não poderá mais atuar no prazo de três anos. O vice-presidente Reynald Temarii (Taiti) ficará um ano longe das atividades que exercia. Eles não irão mais trabalhar no meio do futebol profissional. Os dois ainda foram multados (5.000 mil francos suiços ou 3.700 euros) e outros quatro funcionários também receberam diferentes punições.

O advogado Geraldine Lesieur explicou que Temarii é acusado pela tentativa de intervenção no voto dos candidatos a organizar as duas Copas do Mundo subsequentes a que haverá no Brasil-2014. No entanto, o absolveram da suspeita de corrupção.

Segundo Lesieur, Temarii recebeu a pena porque discutiu o voto pessoal e as alternativas para as edições de 2018 e 2022 do Mundial, o que contraria, esclareceu, as rígidas normas da Fifa.

Paralelamente ao escândalo que abalou os bastidores do futebol internacional, o comitê de ética da Fifa constatou que não há provas de que as candidaturas conjuntas de Portugal e Espanha - e a do Catar - tenham praticado manobras aparentemente irregulares para obter, respectivamente, a sede das futuras competições. "Depois de investigar as suspeitas contra o Catar, Portugal e Espanha, não encontramos bases que pudessem comprovar possíveis conluios", comentou Sulser, ao se referir diretamente a uma improvável troca de votos entre os três respectivos países.

Apesar das reiteradas perguntas sobre como aconteceu o processo investigatório, Sulser não quis respondê-las e limitou-se a declarar que "não descobriram evidências" de ilegalidade.

O dirigente da Fifa confirmou que não foram ouvidos depoimentos de outros componentes do comitê executivo envolvidos nas candidaturas apresentadas. Limitou-se à análise do "conteúdo escrito e enviado aos eventuais interessados".