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Sítio Joaninha aguarda por consolidação de melhorias

Estruturas como asfalto e ligações de água e luz já chegaram à maioria das ruas, mas população cobra atendimento social

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
27/12/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 As ruas asfaltadas e a facilidade que os veículos têm para transitar hoje nas vias da maior parte do Sítio Joaninha, bairro periférico na região do Eldorado, em Diadema, quase fazem os moradores esquecerem que, há alguns anos, o cenário era de terra e lama. A urbanização da região, que começou em 2012 e vem se arrastando, avançou do ponto de vista estrutural, com pavimento nas vias, guias e sarjeta e abastecimento de água – a coleta de esgoto ainda atende menos da metade dos imóveis. Os moradores reconhecem as melhorias, mas cobram serviços sociais, como creches, escolas, unidades de saúde e uma linha de ônibus mais próxima das residências.

A Prefeitura de Diadema publicou em Diário Oficial termo de aditamento no contrato, assinado em 2015, com a empresa que executa as obras no local. A Emparsanco Engenharia Ltda vai ter mais dois meses para concluir as obras de infraestrutura, contenções e demolições. O documento tem valor total de R$ 11,907 milhões. Segundo a administração, 80% das obras já foram concluídas e a previsão de finalização desta fase de intervenções é em 2020. 

O presidente da Associação dos Moradores da Vila Joaninha, Cleber Nonato de Souza, 43 anos, mora no local há mais de quatro décadas e avalia que as condições de vida hoje estão bem melhores. “Pelo bem-estar que as obras trouxeram, mudou a rotina de todo mundo”, afirmou. 

Souza pontuou que as famílias que residem no bairro aguardam pela conclusão das obras e também por soluções para problemas como o CEP (Código de Endereçamento Postal). O conjunto de dez ruas da área que já está em fase final de urbanização conta com apenas dois códigos, o que ainda impossibilita o recebimento de correspondências. “A gente tem o CEP para receber conta de água e de luz, porque a concessionária emite na hora. Outras correspondências a gente tem que buscar na Vila Paulina (o Diário mostrou em 2014 que um comércio na no bairro vizinho funciona como caixa postal comunitária)”, reclamou.

Para a doméstica Clarice Pita dos Santos, 51, a demora nas intervenções se justifica pela complexidade da obra. “Pelo menos tirou a gente da lama. O que falta agora é um atendimento social, creche, escola, uma área de lazer, unidade de saúde”, afirmou a moradora. “O saldo geral é positivo”, pontuou. A sindicalista Maria de Neuma dos Santos, 51, afirmou que a população espera pela ampliação do itinerário da única linha de ônibus que atende à região, a I-09 Terminal Diadema/Sítio Joaninha. 

Em nota, a Prefeitura de Diadema informou que, no projeto de urbanização, não existe previsão para construção de equipamentos que atendam às solicitações da população, já que as intervenções são de saneamento básico e infraestrutura, como calçamento e pavimentação, regularização de ligações de água, esgoto, iluminação pública entre outras. “Porém, a administração municipal segue estudando possibilidades para essas reivindicações.” Quanto às mudanças dos CEPs, a gestão Lauro Michels (PV) informou que as vias foram denominadas por meio de lei municipal e por ofício dos Correios, que atribuíram os CEPs para o bairro. A Prefeitura não respondeu sobre o pedido de mudança no itinerário do ônibus.

Parte baixa do bairro ainda não recebeu obras de urbanização

Construções à beira de um córrego, que virou esgoto a céu aberto. Essa é a realidade dos moradores do Sítio Joaninha que estão localizados na parte baixa do bairro, próximos às ruas Olaria e Nicola Imparato. No local, que é APP (Área de Proteção Permanente), poucas intervenções foram feitas, como a contenção das margens do rio. 

Os munícipes afirmam que já perderam as esperanças de ver melhorias nas ruas e calçadas. “Lá em cima a gente sabe que já fizeram muitas coisas, mas, aqui, nada. A gente continua vivendo na poeira”, reclamou a auxiliar de enfermagem Maria Aparecida Mendes da Silva, 60 anos. 

O presidente da Associação dos Moradores da Vila Joaninha, Cleber Nonato de Souza, 43, explicou que, por estar em uma APP, a região depende de autorizações da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). “Inclusive havia expectativa de que as famílias seriam removidas e instaladas em terrenos que ainda estão vagos nas ruas onde a urbanização já está em andamento”, pontuou.

A Prefeitura de Diadema afirmou, por meio de nota, que as obras que compreendem o projeto aprovado pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) incluem a Rua Nicola Imparato até a região onde está a estação elevatória de esgoto. A área onde está a Rua Olaria integra outro contrato, portanto, não será executada nessa etapa. A administração não informou a previsão de intervenções no local. 




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