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Artista gráfico agredido apresenta melhora
Por Guilherme Russo
Do Diário do Grande ABC
28/03/2010 | 07:00
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A família do artista gráfico Henrique de Carvalho Pereira, 21 anos, está otimista com a recuperação do rapaz, vítima de um ataque covarde nas dependências da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, região central da Capital. Morador de Santo André, ele foi agredido pelas costas pelo personal trainer Alessandro Fernando Aleixo, 38, que golpeou sua cabeça com um taco de beisebol. O jovem estava sentado no chão da loja, folheando um livro e nem viu o que o atingiu.

Satisfeitos e esperançosos com a evolução da saúde de Henrique, os pais, Elifas Pereira Filho, 47, e Silvania de Carvalho Pereira, 42, contaram que na quinta-feira o rapaz "se espreguiçou", esticando os braços e as pernas. "Eu estava falando da nossa cachorrinha, a Nina, e ele se mexeu!", contou a mãe emocionada. Em coma há 97 dias, o jovem já abriu os olhos, mas não apresentou mais sinais de consciência. "Ontem (quinta-feira), quando a gente chegou, ele estava de olhos abertos. E depois apagou", disse o pai. "Agora vai!", acredita.

Ambos contaram que a cabeça de Henrique já desinchou e que, gradualmente, os medicamentos de seu tratamento estão sendo retirados pelos especialistas da UTI do Hospital das Clínicas. O rapaz já não tem febre. A expectativa dos pais é de que o artista gráfico desperte do coma a qualquer momento.

APÓS O ATAQUE - Logo após o ataque, a situação era outra: "Depois da primeira cirurgia (que durou cinco horas), os médicos disseram que havia iniciado (o processo de) morte cerebral dele. Foi muito difícil. Não davam nenhuma esperança", disse o pai. Henrique foi submetido a outra operação e começou a mostrar sinais de melhora.

Por conta de uma inflamação cerebral, o rapaz apresentou sintomas de meningite, o que causou acúmulo de água em seu crânio. E talvez tenha que ter uma válvula introduzida na cabeça para aliviar a pressão exercida pelo líquido.

Os pais contaram que, logo que recebeu o golpe, Henrique "apagou", mas, pouco depois, enquanto recebia o primeiro atendimento dos bombeiros, retomou a consciência. "Ele passou o telefone da mãe para o pessoal. Quando cheguei ao hospital, estava acordado e muito agitado. O médico me disse logo que o estado dele era gravíssimo", contou o pai.

Para acompanhar o filho todos os dias do tratamento, a mãe conseguiu dispensa do trabalho na rede pública de educação. O pai adiantou o horário do expediente na empresa do ramo de construção civil onde trabalha. Durante as visitas, ambos conversam constantemente com o rapaz e põem músicas para que ele escute em um aparelho de MP3.

Mãe pôs música para rapaz e lágrima escorreu

Todos os anos, Henrique de Carvalho Pereira prepara para a família homenagens em vídeo. Trata-se de brincadeira, em que o jovem utiliza trechos de imagens de personalidades famosas dubladas com declarações onde demonstra o carinho aos parentes, sempre com bom humor. Ele usa ainda fotos e muitas canções nessas animações.

Depois que foi atacado, dia 21 de dezembro, seus pais encontraram o fragmento que ele preparava para as festas do fim de 2009. Apenas duas fotos, de Elifas e Silvania, haviam sido montadas para a apresentação, que levava na trilha sonora a canção Little Wonders, do compositor Rob Thomas.

Dez dias depois da internação, a mãe de Henrique pôs a canção para o filho escutar e uma lágrima escorreu de seus olhos. "Foi o primeiro sinal de melhora que ele deu", disse Silvania emocionada.




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