O governo do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), prepara para hoje consulta pública que tem por finalidade reativar equipamento abandonado no Sítio dos Vianas, bairro periférico da cidade. A proposta, por meio de votação em cédula, visa identificar a escolha dos moradores da região sobre a obra física, que fica na Praça Maria Mariano e está paralisada desde 2012, ainda na gestão Aidan Ravin (Podemos), alvo do Ministério Público devido às condições degradadas do local. Desde então, a unidade se tornou ponto de usuários de drogas, além de espaço para moradores de rua.

São duas opções de projeto abertas aos munícipes do Sítio dos Vianas, tiradas a partir de demandas formalizadas junto ao Paço, uma vez que não houve andamento das intervenções nos anos seguintes. Segundo Paulo Serra, os moradores protocolaram dois abaixo-assinados, tendo cerca de 1.200 adesões cada. O primeiro trata de demolição do imóvel erguido, com a extensão da praça, e colocação de equipamentos de ginástica e esporte. O outro envolve implantação de associação comunitária de bairro em um dos andares – o prédio possui dois pavimentos –, além de construção de um Cras (Centro de Referência de Assistência Social).

“É uma ação pioneira (consulta pública) no município. Nunca houve participação direta da comunidade com orçamento previsto. O que existiu em algumas ocasiões era muito limitado, com percentual (de recursos provisionados) pequeno, o que inviabiliza a obra. Já há reservado R$ 380 mil. Portanto, com a escolha (dos moradores) daremos encaminhamento à contratação de empresa, com ideia de iniciar intervenções no segundo semestre”, sustentou o tucano. “O nosso empenho será entregar (o equipamento pronto à população) ainda neste ano”, emendou.

A votação ocorrerá na própria praça, das 10h às 13h. Antes da apreciação, de acordo com o Paço, houve três reuniões na região para detalhar o escopo das propostas apresentadas no processo. No último fim de semana, aproximadamente 100 pessoas acompanharam vistoria do prefeito ao local, que, inicialmente, serviria para abrigar USF (Unidade de Saúde da Família). Por conta de erro no projeto, no entanto, e falta de readequação posterior ao plano, o equipamento ficou sem utilização durante todo esse período.

Neste ínterim, a maioria dos materiais instalados no local foi roubado, restando hoje apenas a carcaça do prédio, erguido sem acessibilidade. Não há confirmação oficial sobre os valores despendidos desde então, porém existe informações extraoficiais de investimento em torno de R$ 1 milhão na construção, custeada essencialmente com recursos do erário municipal. Assinada pelo promotor de Justiça Marcelo Nunes, da área de proteção do Patrimônio Público, a ação do MP pressiona a Prefeitura desde 2015 por medidas para “cuidar do imóvel” e evitar transtornos na região.