Economia Titulo Pós-greve
Abastecimento de verduras, legumes e frutas engatinha na região
Por Caroline Garcia
Do Diário OnLine
30/05/2018 | 16:53
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Claudinei Plaza/DGABC


Após o aparente fim da greve dos caminhoneiros, o abastecimento de hortifruti no Grande ABC vai, aos poucos, vislumbrando uma previsão de normalidade. Nesta madrugada, por exemplo, chegaram cerca de 20 caminhões de pequeno porte no Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), o que corresponde a aproximadamente 40% das chegadas diárias, porém, carregados com menos mercadorias que o normal.

“Se realmente voltar à normalidade e os caminhões continuarem a chegar, não só os de pequeno porte, podemos ter uma regularização entre cinco a oito dias. Dependemos muito de outros Estados, principalmente do Nordeste e Norte que ainda têm bloqueios”, conta João Lima, presidente da Aeceasa (Associação das Empresas da Ceasa do Grande ABC).

O local ainda sofre com a falta de diversas frutas, como mamão, abacaxi, melão, tomate, cebola, manga palmer, uva thompson e uva crimson. Assim como ovos, que está somente com 30% das entradas normais. De acordo com o último balanço da Prefeitura da cidade, a oferta de alimentos gira em torno de 10%. Somente 10% dos boxes funcionaram nesta terça-feira (29). O número de compradores também ficou bem abaixo do normal, com 20% do que é registrado normalmente no Ceasa.

O comerciante José Luiz Pires, 76 anos, trabalha há 45 anos revendendo banana do produtor para feirantes e sacolões, sendo nove deles no Craisa, e afirma que nunca passou por uma crise de abastecimento como essa. “O normal é chegar três caminhões por dia e fiquei oito dias sem receber absolutamente nada. Hoje, a previsão é que cheguem dois. Na semana passada, duas viagens tiveram que ser jogadas fora porque ficou muito tempo na estrada e estragou.”

O mesmo é observado por Sandra Pessa, 54, que também possui box de frutas no Craisa e perdeu um carregamento, que ficou parado por cinco dias. “Temos hoje entre 10% e 15% do que costumamos contar diariamente. Por causa do feriados, estamos prevendo uma normalização somente a partir do meio da semana que vem.”

Feiras

Por entre barracas de frutas, verduras e legumes, o movimento de fregueses era visto como normal pela maioria dos feirantes na manhã desta quarta-feira, na Rua Tapajós, no bairro Barcelona, em São Caetano. No entanto, os comerciantes, de algum modo, foram afetados pela greve dos caminhoneiros.

Proprietário de uma barraca de verduras, grande parte sendo vendida a R$ 4 o maço, Carlos José Santana de Jesus, 41, afirmou que sentiu mais efeito da falta de combustível do que de abastecimento de alimentos. “Como nosso carregamento vem de Suzano, tivemos problemas para ir buscar por causa da falta de gasolina. Fiquei sem trabalhar desde sexta-feira, só voltei hoje. Meu prejuízo somente em logística foi de cerca de R$ 600 por dia parado.”



Dono de uma barraca de tomates, o feirante Marcio Azevedo, 47, também sentiu no bolso os reflexos da paralisação. “Paguei R$ 150 na caixa que normalmente custa entre R$ 50 e R$ 60 e tive que repassar o preço. O quilo do tomate italiano era entre R$ 5 e R$ 6 e foi para R$ 9, o do tipo Débora era R$ 4 e foi para R$ 8,50. Em outros dias, por volta das 11h30 já estava desmontando porque tinha vendido tudo. Hoje estou com metade dos produtos neste mesmo horário. Sou feirante há 30 anos e nunca tinha passado por algo parecido”, afirma.




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