A menos de 20 dias de deixar o comando do Paço de São Bernardo, o prefeito Luiz Marinho (PT) negou envolvimento da administração nas suspeitas de desvio das obras do Museu do Trabalho e do Trabalhador e criticou o Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Federal e a imprensa na abordagem das investigações.

“Somos os principais interessados na apuração, com responsabilidade, não de forma irresponsável. Quando tivemos conhecimento de que a empresa (responsável pela obra) tinha um laranja, denunciamos no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Se tem alguma vítima, é a gestão pública. Se tem algum problema é com as empresas que eventualmente aprontaram. Não é a gestão”, declarou o prefeito, durante reinauguração do Cemitério Carminha, na tarde de ontem.

“O MP, a Polícia Federal, o Judiciário, muitas vezes analisam totalmente de forma enviesada. A imprensa, o MP e o Judiciário têm de ter mais responsabilidade. Destroem-se pessoas e depois a pessoa tem que provar que é inocente. Nós estamos numa inversão total de valores no mundo jurídico do Brasil. Condena-se pessoas sem provas, deixa-se por muito tempo preso e enquanto ele não fala o que for de interesse de quem está investigando... isso é muito perigoso”, atacou o petista, que também reclamou da ação da PF na sede do Paço. “Todos os documentos apreendidos eles já tinham. Precisava de alguma coisa? Que pedissem. Nunca houve nenhuma obstrução ou rejeição (às investigações). Muito pelo contrário”, completou Marinho, que também disse que a Justiça decide “em cima de petições do MP que podem ter motivações políticas” e que estão “envenenadas” e sem direito ao contraditório.

Marinho encerrou evitando analisar o impacto do caso de ontem na avaliação desses oito anos de gestões. “O povo está satisfeito com o meu governo.”