Além de gripes e resfriados, o pacote de surtos de inverno inclui também a conjuntivite. No Rio de Janeiro e em Minas Gerais, os casos da doença se multiplicaram ainda em maio. Surto que ainda não foi verificado em São Paulo, segundo o CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) do Estado. No ano passado, São Paulo teve um surto de conjuntivite nos quatro primeiros meses do ano. Nesse período, o Grande ABC teve 6 mil casos registrados.

Indicada por coceira (sensação de ter areia nos olhos), vermelhidão, fotofobia (sensibilidade à luz) e secreções, a doença é causada por vírus, bactérias e, em menor número, por alergia a pêlos, poeira e até a pólen de flores. “No inverno, qualquer doença tende a se multiplicar com mais velocidade, por causa da aglomeração. As pessoas ficam mais juntas por mais tempo e a chance de contaminação é maior”, afirmou Ricardo Sampaio, oftalmologista da clínica CRS, em Santo André.

Embora cause muito incômodo, a conjuntivite é uma inflamação de fácil tratamento. “A melhor dica é ter muita paciência, já que a doença é auto-limitada, ou seja, se cura sozinha”, disse Denise Saula Bosak, oftalmologista do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André.

De qualquer forma, é importante que o médico especialista seja consultado para diagnosticar a conjuntivite, já que outras doenças oculares, inclusive mais graves, como uveíte e glaucoma agudo, também têm vermelhidão e coceira como os principais sintomas.

Em geral, apenas os sintomas são tratados. “Entramos com paliativos apenas para diminuir o incômodo. Colírios antiinflamatórios e lubrificantes. Em inflamações mais graves, antibióticos por via oral e vitamina C”, afirmou Sampaio.