A indústria automobilística nunca vendeu tantos carros no mercado interno como neste ano. Mês a mês, as vendas, divulgadas pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e de produção e exportação, pela Anfavea(Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), mostram recordes em cima de recordes.

No balanço de agosto, por exemplo, as vendas cresceram 31,8% e a produção outros 14,5%.

Crédito – Acompanhando o ritmo, os bancos registram níveis jamais vistos na concessão de financiamentos voltados ao segmento, na casa dos R$ 72,195 bilhões, um salto de 22,41% em 12 meses terminados em julho.

Os dados do Banco Central mostram que a concessão mensal feita pelas bancos para os financiamentos de veículos é ascendente, principalmente através do leasing, onde os repasses cresceram 68,1% nos últimos 12 meses.

Só em julho, foram liberados diariamente R$ 259 milhões para a compra de veículos, totalizando no período a soma de R$ 5,692 bilhões.

A título de curiosidade, com tal soma seria possível comprar uma frota de 253.654 unidades do Fiat Uno Mille 1.0 básico – o carro mais barato do mercado brasileiro hoje – com preço unitário de R$ 22.440,00.

Prazo - A facilidade na obtenção de crédito para a aquisição de autos, associada aos prazos que chegam a 80 meses, ajudam a explicar a dinâmica de crescimento explosivo do mercado de veículos nacional, porém, aqui também se registra, de forma alarmante, o fenômeno da inadimplência.

Os dados atualizados do Banco Central apontam para uma massa de recursos em atraso da ordem de R$ 7.493 bilhões – o equivalente a uma outra frota de 333.913 unidades do Fiat Uno Mille 1.0 de duas portas.Em 12 meses, a inadimplência no segmento cresceu 11,41%, sendo mais aguda entre janeiro a julho, com expansão de 16,78%.