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Testar serviço de corretora é essencial

Investigar agilidade e qualidade no atendimento antes de escolher empresa evita problemas futuros

Por Erica Martin
15/01/2012 | 06:54
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Antes de iniciar suas aplicações, o novo investidor deve ficar atento porque muitas aplicações financeiras exigem o cadastro em uma corretora de valores, que seja independente ou atrelada a um banco. Ela tem autorização para funcionar como ponte entre os investidores e as aplicações financeiras. Mas todos os valores ficam na responsabilidade da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia e atrelados ao nome do detentor dos ativos. Isso significa que se a gestora quebrar, por exemplo, o cliente não terá seu patrimônio afetado.

 "O risco ao aplicar em ações está ligado ao desempenho da empresa que o investidor detém o papel e o mercado de renda variável como um todo", diz o agente autônomo da Futura Corretora, de São Paulo, Francisco Lyra. Ainda assim, a escolha da consultoria exige cuidados.

ESCOLHA

Hoje são 90 corretoras registradas na Bolsa. No site www.bmfbovespa.com.br dá para acessar ferramenta que irá ajudar o investidor a encontrar a mais alinhada ao seu perfil. Para isso, deve especificar o valor inicial da aplicação, a modalidade de investimento que deseja fazer, o tipo da gestora (se deve ser localizada no mesmo Estado onde reside) e os serviços que quer ter acesso, que podem ser, por exemplo, desde cursos a análises gráficas. Apesar da ferramenta facilitar a vida, o interessado ainda terá de fazer uma triagem, até porque o programa pode indicar mais de uma corretora. Segundo especialistas, além do histórico da empresa, o investidor deve considerar a disponibilidade de atendimento e os serviços oferecidos, como relatórios, análises, simuladores, além da qualidade do sistema usado para comprar e vender ativos pela web. Portanto, antes de escolher quem administrará o dinheiro, o recomendado é investigar.

 "Ligar para a corretora e conversar com operador para tirar dúvidas sobre os serviços prestados para sentir como é feito o atendimento é um bom caminho", explica o professor de Finanças da Fipecafi, Mário Amigo. Para ele, o contato com funcionários ajudará a testar a agilidade da gestora para responder questionamentos e dúvidas, caso o cliente precise. Se ao usar o homebroker (plataforma que permite negociar a compra e venda de ativos pela internet) e o sistema falhar, por exemplo, ele terá de recorrer a um profissional para finalizar aplicação, neste caso, um atendimento bom e rápido será impreterível.

A forma de detectar se a corretora é confiável é consultar a Bovespa e também a Comissão de Valores Imobiliários, que é o órgão regulador do mercado.

TAXAS

Cada modalidade de investimento tem taxas diferentes e que variam conforme a gestora. Para investir no Tesouro Direto, por exemplo, que são os títulos da dívida pública, há empresas que não cobram taxa de administração e em outras, o custo da gestão pode chegar a 1%. "Vai depender da estratégia de cada corretora. A que cobra 0%, por exemplo, pode querer ampliar sua base de clientes e oferecer outros produtos que incidem taxas", diz Mario Amigo, da Fipecafi.

No entanto, não significa que ao escolher uma consultoria que cobre a taxa mais elevada do mercado, o aplicador terá acesso ao melhor serviço. De acordo com o professo, o único fator que justifica taxas muito altas e destoantes, seja para qualquer investimento, são os serviços agregados não oferecidos por concorrentes. E, claro, só é válido pagar caro se realmente tem a necessidade de usar todas as mordomias ofertadas. Para começar as aplicações, o investidor terá primeiro que preencher um cadastro, com todas as informações pessoais, e enviá-lo a gestora. Hoje é possível fazer tudo pela internet. Para comprar os ativos, terá que fazer transferência (com o valor que deseja aplicar) para que a consultoria execute sua ordem de compra, ou seja, aplique o montante.

BANCO X CORRETORA

Se for investir em fundos, por exemplo, o aplicador pode procurar a corretora do banco onde é correntista, com isso poderá barganhar taxas menores, afinal o gerente tem acesso ao seu histórico bancário. "Mas se precisar analisar rentabilidades, ver cenários, simular carteiras, a corretora independente poderá fornecer um trabalho mais personalizado com o foco na prestação de serviço", comenta o consultor financeiro da Dinheiro em Foco, de São Paulo, Ricardo Fairbanks. Nesse caso, o custo tem de ser maior. De acordo com o especialista, o objetivo do banco é vender aplicações da própria instituição. "Na corretora independente, ao contrário, há produtos de diversas instituições, o funcionário não tem a meta atrelada à venda de um deles", argumenta Fairbanks.




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