Diarinho Titulo Bicho do mês
Tatu-galinha é bom cavador
Do Diário do Grande ABC
15/01/2012 | 07:00
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Mesmo sem enxergar bem, o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) é especialista em cavar buracos, usados como abrigo. As garras grandes e recurvadas o ajudam na tarefa. As tocas costumam ter várias entradas com cerca de 20 cm de diâmetro e 6 m de comprimento. No entanto, também pode ocupar moradias feitas por outros animais.

Acredita-se que o nome popular surgiu porque o sabor de sua carne é semelhante ao da galinha. Entretanto, há quem diga que a sua pata lembre a da ave. É ainda conhecido como tatu-de-nove-bandas, tatuetê, tatu-verdadeiro e tatu-veado. Mamífero, pertence à ordem Xenarthra, da qual fazem parte tamanduá e preguiça.

Além do olfato e audição bem desenvolvidos, possui cabeça pequena, orelhas grandes e próximas, focinho fino e comprido. O adulto chega a 57 cm de comprimento, mais a cauda de 45 cm. Pesa entre 4 kg e 7 kg. A carapaça - principal característica dos tatus - ajuda a protegê-lo de predadores. No meio do corpo há nove cintas (o número varia de acordo com a espécie) ligadas por pele macia, garantindo a flexibilidade do bicho.

É encontrado do Sul dos Estados Unidos ao Noroeste da Argentina e Uruguai. No Brasil, vive em diversos biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Campos (na região Sul). Alimenta-se principalmente de invertebrados, raízes de plantas, frutos, pequenos vertebrados, ovos e animais em decomposição. É mais ativo no fim da tarde e à noite, mas também pode ser visto durante o dia, se o ambiente não estiver muito quente.

 

Bicho do Mês tem a consultoria de Amanda Alves de Moraes, bióloga do Setor de Mamíferos do Zoológico de São Paulo

 

Filhotes nascem idênticos

O tatu-galinha tem hábito solitário. Macho e fêmea se encontram na época de acasalamento. O período de gestação é de 120 dias. O curioso é que, em geral, nascem quatro filhotes idênticos e do mesmo sexo. Isso acontece por causa da poliembrionia, quando os embriões (primeiro estágio de desenvolvimento dos animais) são originados a partir do mesmo óvulo (célula reprodutora feminina). Pode viver pouco mais de 22 anos.

A espécie é muito caçada e costuma ser vítima de atropelamento nas rodovias. Entretanto, ainda não está ameaçada de extinção, principalmente por ser encontrada em várias áreas do Brasil.

 

Tatuzinho-de-jardim não é mamífero

Ao se sentir ameaçado, o tatu-bola se enrola, formando uma espécie de bola. As grossas escamas que cobrem seu corpo tornam o método ainda mais eficiente para protegê-lo de predadores. É o único entre os tatus com essa capacidade.

Mas você já deve ter visto o tatuzinho-de-jardim, que também se transforma em bolinha. Além de se defender, faz isso para perder menos água do corpo e, assim, respirar melhor. Apesar de terem o nome parecido e a mesma habilidade, os animais não são parentes. O tatuzinho-de-quintal, como também é conhecido, pertence ao grupo dos crustáceos (do qual fazem parte o camarão e o caranguejo). É invertebrado e tem corpo flexível. Pode ser encontrado em lugares úmidos, como jardins, embaixo de cascas de árvores e pedras. Alimenta-se de vegetais em decomposição.

 




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