A consagração de um trabalho iniciado há dez anos aconteceu ontem no Estádio do Maracanã. Depois do fracasso na Eurocopa de 2004, quando sequer passou da primeira fase, os dirigentes do futebol alemão decidiram mudar a forma de atuar da seleção em todos os sentidos e esferas, sobretudo a partir das chegadas dos técnicos Jürgen Klinsmann e de seu auxiliar Joachim Löw, este segundo que, após uma década, colhe os frutos com um grupo de jogadores, jovens ou experientes, de grande qualidade.

Ontem, após o quarto título da Copa do Mundo, Löw exaltou todo esse trabalho e agradeceu ao comprometimento dos clubes alemães, que também se remodelaram e tiveram papel fundamental. “Em 2004, o futebol alemão estava em seu nível mais baixo e demos os passos mais decisivos. Precisávamos de mais educação, pois só a virtude alemã não era suficiente. Precisávamos mudar nosso comportamento em campo. E criamos nossos centros de excelência onde conseguimos apresentar nosso resultado, tenho de agradecer aos clubes por isso”, afirmou.

Em êxtase, o treinador foi além sobre ter alcançado o auge do planejamento. “Estamos juntos há 55 dias, começamos todo este projeto faz dez anos e temos o resultado de tudo isso. Conseguimos melhorar, constantemente progredimos. Trabalhamos arduamente para alcançar isso. Se tem um time que merece, sem dúvida é este. Ao longo desta Copa demonstramos nosso principal desempenho, o melhor dentre todas as seleções em sete partidas. Temos uma capacidade técnica muito boa e toda uma vontade de realizar nossos desejos. Por esta razão, chegamos até a final e somos o primeiro país europeu a vencer uma Copa na América Latina, no Brasil, no Rio, no Maracanã, no País do Futebol.”

Alemães agradecem ao Brasil pela hospitalidade

O técnico Joachim Löw transmitiu em sua fala a felicidade e a satisfação de toda a seleção alemã pelo apoio recebido no Brasil. “Temos de agradecer ao anfitrião por organizar uma Copa do Mundo tão maravilhosa. Um dos pontos altos que senti em toda a minha carreira. Mesmo depois de ganhar do Brasil por 7 a 1 e da tristeza neste País, milhares de brasileiros estavam nas calçadas batendo palmas para nós, segurando cartazes e bandeiras da Alemanha. Foi algo impressionante”, destacou.

Löw ainda relembrou um momento antes do embarque para o Mundial. “Falei ao meu time antes da Copa: estamos indo para outro continente, representamos 80 milhões de alemães e queremos nos divertir, curtir nossa estadia e mostrar simpatia como seleção. Que as pessoas sintam que estamos curtindo nosso momento, e foi o que conseguimos dizer. Muito obrigado, Brasil”, concluiu o treinador.