Automóveis Titulo Avaliação
Meteoro alemão C 63
AMG Coupé Black Series

Para comemorar a chegada de 2014, nada como
acelerar um modelo 'bólido' de 517 cv de potência

Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
01/01/2014 | 07:00
Compartilhar notícia


Entramos em 2014 literalmente com o pé direito. Mas, calma. Não demos sete pulinhos com o pé direito para atrair coisas boas, muito menos subimos um degrau para, como reza a tradição, dar um impulso na vida no ano que se inicia. Cravamos mesmo nosso ‘pisante’ no acelerador de um Mercedes-Benz C 63 AMG Coupé Black Series de 517 cv de potência. Apenas para não fugir a todas as tradições – e não passarmos por chatos –, vestimos branco!

Parado, completamente estático, o cupê causa frisson. É cultuado. Palavra semelhante a “caramba”, mas de baixo calão, é proferida espontaneamente por aqueles que param para admirá-lo. Nos laboratórios da AMG – divisão esportiva da marca alemã –, os vincos discretos do Classe C ‘padrão’ foram transformados em músculos, ressaltando dianteira, com para-choque maior, e laterais, a partir de caixas de rodas mais proeminentes e adoção de saias. Na traseira do Black Series, a discrição do aerofólio desvia os holofotes para o amplo difusor e as quatro saídas de escape.

Saídas, aliás, que funcionam como amplificadores para os violentos urros dos oito cilindros em ‘V’ do motor de 6,2 litros, que trabalham alucinadamente para gerar 63,2 mkgf de torque máximo a 5.200 rpm e despejar 517 cv no asfalto – são 30 cv extras em relação ao C 63 AMG Coupé ‘seminormal’.

Trata-se da materialização brutalidade. E isso é sentido na pele ao pregar o pedal da direta no assoalho. As arrancadas ocorrem de maneira tão voraz, que a reação imediata e involuntária é a de contrair musculatura dos braços e segurar o volante ainda mais firme.

O modelo oferece sistema Race Start e três estilos de condução – C, S e S+ –, que alteram o comportamento de alguns parâmetros do carro, como sensibilidade do acelerador e momento das trocas de marchas.

Segundo a Mercedes, o ‘meteoro’ leva 4,2 segundos para chegar aos 100 km/h e atinge a velocidade máxima de 300 km/h (limitada).

Elogios também para a transmissão automatizada (dupla embreagem) AMG Speedshift MCT de sete marchas. Rápidas e justas, as trocas permitem o Black Series trabalhar em rotações mais altas, como manda a cartilha dos broncos. As mudanças também podem ser feitas pela manopla do câmbio ou pelas aletas atrás do volante.

Apesar da personalidade geniosa, a ‘fera’ é submissa. Calçando pneus 255/35 na frente e 285/30 na traseira – rodas são de 19 polegadas – e com um ajuste de suspensão extremamente rígido, o Mercedes parece estar ancorado ao chão, não saindo de frente ou traseira, mesmo quando nos empolgamos em busca dos limites. Quando o limite da física é ultrapassado, os controles de tração e estabilidade interferem de maneira aguda.

Apesar de completo – rádio CD player, conexão Bluetooth GPS, ar-condicionado, ABS, air bags duplos frontais, laterais e de cortina –, o Black Series não é uma boa pedida para o dia a dia. Mas para a festa de réveillon, é a melhor companhia.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;