Esportes Titulo Copa das Confederações
Copa Diarinho liga
o badalado Lucas
ao Grande ABC

Meia da Seleção atuou no torneio promovido pelo Diário e defendeu equipes de São Caetano

Por Thiago Postigo Silva
Enviado à Brasíla
Do DIário do Grande ABC
17/06/2013 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Lucas é o xodó da torcida brasileira. Quando o time verde-amarelo está em campo, atuando em casa, e ele na reserva, as arquibancadas ecoam seu nome. Não é por menos. O garoto de 20 anos sabe como cativar os amigos e o público, com a irreverência em suas brincadeiras.

Apesar da pouca idade, é considerado uma das grandes promessas do futebol brasileiro e atua no milionário Paris Saint-Germain. O atleta, porém, não renega as origens e recorda a infância, com o Grande ABC marcado em sua história.

Morou em São Paulo, na divisa com Diadema, e chegou a integrar alguns times da região, inclusive na Copa Diarinho, promovida pelo Diário, na edição 2001, quando tinha apenas 9 anos – no ano seguinte, ele integrou a base do Corinthians. Para ele, a competição contribuiu para suas conquistas, e recordou modestamente sua participação.

“Chegamos à final e fiz três gols. Também terminei como artilheiro da Copa Diarinho (32 gols). Então, acho que tive bom desempenho, não é verdade?”, brincou o meia, que defendeu o Catumbi. “É bom disputar torneios assim porque nos colocam em disputa e sempre tem alguém vendo nosso futebol”, completou.

Além de participar da Copa Diarinho, Lucas treinou em Diadema na Escolinha do Marcelinho – ele tinha até como apelido o nome do ex-jogador, mas foi retirado a pedido da diretoria do São Paulo quando integrou o time profissional no fim de 2010 –, defendeu o Serc/Santa Maria e também o Águias de Nova Gerty, bairros de São Caetano, e sempre no futsal.

“Tenho carinho enorme por toda a região. Apesar de morar em São Paulo, tinha muitos amigos por lá e frequentemente estava em alguma cidade. Sei que o Grande ABC foi fundamental para minha carreira e onde cheguei hoje”, disse o jogador.

Agora, com a carreira em plena evolução, ele agradece o apoio que vem da arquibancada. Segundo Lucas, é motivação maior para continuar trilhando o caminho de grandes jogadores e, quem sabe, conquistar a titularidade na equipe do técnico Luiz Felipe Scolari.

“Fico muito feliz com esse carinho, com a torcida gritando meu nome. Agora, preciso corresponder em campo para nunca deixar de agradá-la e, principalmente, ajudar a Seleção a conquistar seus objetivos”, frisou o meia. “É importante estar pronto quando for chamado. Esse é o objetivo, mas claro que todos pensam em jogar”, finalizou.

‘The family is back’, diz David Luiz

A frase em inglês é do zagueiro David Luiz, que atua no Chelsea, e que significa ‘A família está de volta.’ A declaração é referência à ‘Família Scolari’ de 2002, que conquistou o pentacampeonato mundial na ocasião, graças à conduta do treinador.

A maioria dos jogadores da atual Seleção destacou o bom ambiente na equipe. Um dos mais contentes era o atacante Hulk, que teve clima hostil quando chegou ao seu clube, o Zenit, da Rússia. Os colegas não aceitaram o valor que o jogador iria receber – bem acima dos outros – e deixaram o brasileiro isolado em campo.

“Isso já faz parte do passado. Superamos essa questão”, disse Hulk. “Mas na Seleção é o melhor ambiente que já tive. Estou muito feliz aqui”, destacou o atacante.

A mesma opinião é compartilhada pelo centroavante Jô. “O ambiente é um dos melhores que vivi na minha carreira. É muito descontraído, não tem pressão no elenco porque a confiança entre nós é muito grande”, disse.

Para David Luiz, o grande responsável pelo ambiente é o treinador Luiz Felipe Scolari. “Ele é muito puro. Sabe o momento certo de cobrar e de animar o jogador. Também é muito justo com todos”, elogiou o defensor, que apontou uma diferença em relação ao time de 2002. “Agora ele não é mais o pai e, sim, o avô. Estou brincando”, disse o defensor, ao tirar gargalhadas de todos.

Organização tem muito a evoluir até a Copa de 2014

A organização do primeiro jogo da Copa das Confederações demonstrou melhora significativa em relação aos jogos de campeonatos nacionais, mas revelou ainda que precisa de ajustes para o restante do torneio da Fifa e também para o Mundial de 2014. Essa é avaliação da torcida e da imprensa japonesas ouvidos pela equipe do Diário.

Os problemas foram relatados no sábado. Cerca de 4.500 torcedores que viajaram a Brasília enfrentaram filas de três horas para retirar os ingressos – disponíveis apenas nas cidades sedes. A Fifa, responsável pelo processo, havia orientado as pessoas a buscar antes os bilhetes, mas elas questionaram o pedido da entidade.

“Moro em São Paulo. Como vou retirar o ingresso antes? Gastar uma viagem a Brasília apenas para isso? É absurdo. A Fifa deveria abrir posto em São Paulo ou mandar por Sedex. A gente pagava um pouco mais. Foi muita burrice mesmo”, disparou o analista César Carvalho, 33 anos. “Isso aqui está péssimo. Não vou assistir mais nenhuma partida desta competição”, completou.

Pior que a situação de César foi a do engenheiro Hiteya Iketa, 47 anos. Ele chegou a Brasília no sábado pela manhã, após encarar viagem de 25 horas de Tóquio. “Estou cansado e o sol está forte. Não acredito que isso está acontecendo.”

ALIMENTAÇÃO
Para piorar, como a Fifa proíbe venda de comida perto do estádio – a retirada de ingressos ficou em frente ao Mané Garrincha – o público não havia como comprar alimentação enquanto esperava nas filas, além de falta de banheiro químico e ambulâncias – uma pessoa chegou a passar mal devido ao forte calor de sábado.

Por outro lado, os torcedores que retiraram os ingressos nos dias anteriores elogiaram o evento. O advogado Ricardo Santana, 37, destacou que tudo estava bem organizado. “Não tenho do que reclamar. Está tudo ótimo e espero me divertir bastante”, disse ele, morador de Brasília.

MANIFESTAÇÕES
Uma das falhas do governo distrital foi não coibir a manifestação momentos antes do confronto ou ao menos deixá-la mais distante do acesso ao estádio. No sábado, torcedores foram xingados e um agredido por manifestantes, que criticavam a Copa das Confederações e também as pessoas que entravam na arena. “Eles têm o direito de protestar, mas precisam respeitar quem quer assistir a uma partida. Para piorar, ainda usam da violência. É uma vergonha”, criticou a arquiteta Joana Marques, de Belo Horizonte.

MELHORIAS
O estádio estava praticamente perfeito, exceto algumas partes que precisam de acabamento, além de problemas estruturais. A internet e telefonia apresentaram problemas para alguns setores da imprensa, enquanto alguns elevadores não funcionaram em determinados momentos, prejudicando os repórteres que iam para sala de entrevistas.

O transporte até o estádio funcionou bem – apesar da sujeira na rodoviária –, mas o Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek foi criticado, principalmente pela imprensa japonesa. “Falta muita coisa para melhorar até a Copa, principalmente o aeroporto. Não sei se aguentaria o volume de turistas que vêm para o Mundial”, destacou Shemozono Mazaki, do jornal japonês El Golaz.

Segundo a Fifa, apenas 3% dos torcedores que vão acompanhar a Copa das Confederações são estrangeiros, mas esse número deve aumentar no ano que vem.

Thiago Silva afirma que México está engasgado

A vitória na estreia passou e agora o pensamento do Brasil é na partida contra o México, quarta-feira, em Fortaleza, pela segunda rodada do Grupo A da Copa das Confederações. E esse é adversário engasgado na garganta de todos os brasileiros amantes do futebol.

No ano passado, nos Jogos Olímpicos de Londres, a Seleção, que buscava a primeira medalha de ouro, perdeu para o rival por 2 a 1 e ficou com a prata. Entre os atuais jogadores do Brasil quem estava naquele jogo é o zagueiro e capitão Thiago Silva.

“O México sempre nos complica. Está engasgado há bom tempo. Mas não vou jogar como revanche”, assegurou o defensor, em entrevista coletiva ontem. “Será mais difícil do que a final olímpica, mas temos tudo para fazer um grande jogo. Espero que o ambiente seja da mesma forma”, completou o jogador.

Ele, porém, destacou que o Brasil está em bom momento pelos últimos resultados, como as vitórias sobre Japão e França – ambas por 3 a 0. Ainda afirmou que a Seleção não está tão preocupada com a forma com que o rival vai se postar em campo. “Temos de encontrar nossa forma de atuar. As equipes que têm de mudar a forma de jogar contra nós”, pediu Thiago Silva. “Sempre tivemos dificuldades contra o México para encontrar os espaços, mas nossa movimentação melhorou muito”, ressaltou o zagueiro, ao destacar que a vitória tirou um peso das costas.
“Festejamos com nossos familiares no hotel e isso foi legal. Tivemos noite tranquila.”

Quem ficou satisfeito com as visitas foi Jô. O atacante revelou que tinha viagem programada com a mulher durante a Copa das Confederações – o elenco do Atlético-MG recebeu alguns dias de folga. Porém, com a convocação de última hora para substituir Leandro Damião, mudou os planos.

Antes da coletiva, o elenco fez treino regenerativo com os reservas realizando trabalhos em campo reduzido e os titulares correndo no gramado. Neymar, que deixou o jogo contra o Japão mancando, treinou normalmente e teve presença confirmada na partida de quarta. No período da tarde, a delegação viajou para Fortaleza.

E frustrou os torcedores que esperavam a delegação na porta do hotel e não tiveram qualquer contato com os atletas – o ônibus que levava o grupo entrou no local por acesso privativo, longe do público. Dezenas de torcedores, a maioria de crianças e adolescentes, esperavam ter algum contato com os jogadores, principalmente o atacante Neymar. Mas saíram frustrados do local, porque a seleção brasileira passou bem longe do público.




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