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Qual a importância do dólar no dia-a-dia do brasileiro?
Fernando Bortolin
Do Diário do Grande ABC
03/05/2006 | 08:13
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Muitas vezes nos perguntamos porque o dólar afeta nossas vidas. Nesse sentido, o que tem a moeda norte-americana, cujo valor é administrado pelo Banco Central dos EUA, a ver com aqueles que pegam ônibus, trem, metrô, ou enche o tanque do carro para ir trabalhar/passear?

Primeiro, o padrão monetário internacional, antes baseado no ouro, mudou para o dólar após a 2ªGuerra Mundial. Todas as moedas, da China à Índia, passando pela Europa e Oriente Médio e chegando ao Brasil, oscilam segundo o valor do dólar. É essa moeda que vale como meio de troca nas transações comerciais (mercadorias) e nas financeiras (dinheiro físico).

Se você for ao Chile e pagar em reais, o lojista chileno pegará uma tabela e converterá seus reais em dólar. É assim no mundo todo. Há poucos anos, a Argentina adotou o padrão dólar, onde 1 peso valia 1 dólar. Ao tornar o peso tão forte quanto a moeda americana, a Argentina passou a perder exportações, pois o preço dos produtos daquele país passaram a ficar caros demais. Além disso, o BC da Argentina transferiu para o BC dos EUA a responsabilidade de fixar o preço do peso – pois se a moeda argentina valia o mesmo que o dólar, quem definia seu preço eram os americanos. Resultado: fiasco total.

Todos os países do mundo procuram fazer com que suas moedas valham menos que o dólar – a desvalorizam –, pois assim seus produtos de exportação ficam mais baratos e ganham competitividade. No caso do Euro, o padrão monetário da Zona do Euro, vale mais que o dólar. E exatamente por isso, está atraindo e pode superar o dólar como padrão de troca global nos próximos anos. O caso brasileiro é o seguinte: o Governo FHC deixou um câmbio (relação real/dólar) excelente para o exportador. Só que dentro do governo Lula, essa relação vem caindo. O real valia R$ 3,5258 por dólar em janeiro de 2003. Hoje vale R$ 2,0718, ou seja, valorizou-se 41,24%. Isso representa que o produto brasileiro ficou 41,24% mais caro. Quando isso acontece, perdem-se exportações, empregos e impostos dentro do país.



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