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Caio cita rivalidade de França com Doria como ‘ativo’

Para deputado estadual, ex-governador pode ser cabeça de chapa com Alckmin de vice em 2022

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
05/07/2021 | 01:16
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Divulgação


Integrante da cúpula paulista do PSB, o deputado estadual Caio França acredita que o ex-governador Márcio França (PSB), seu pai, tem ativo importante para se lançar candidato ao Palácio dos Bandeirantes com apoio do também ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB): ser rival direto do atual governador João Doria (PSDB).

Caio admitiu existir conversa para reeditar a parceria vitoriosa de 2014, quando Alckmin se reelegeu ao quarto mandato tendo França como vice – a dupla faturou o pleito já no primeiro turno. O debate desta vez envolve a saída de Alckmin do tucanato, sem, ainda, o fechamento de quem encabeçaria a chapa. É nesse ponto do debate que o deputado estadual diz que a estratégia eleitoral pode pesar favoravelmente ao socialista.

“O Márcio França tem um ativo muito grande até porque muitas coisas que ele falou durante a campanha aconteceram na sequência. Ele negou o Bolsonaro, que foi decisivo para ele na campanha. Depois da vitória, já na semana seguinte, ele começou a passar a rasteira no Bolsonaro. É perfil do governador Doria”, sustentou o socialista, ao relembrar a tática tucana de colar a imagem de Doria à do então presidenciável Jair Bolsonaro (sem partido). Na esteira do BolsoDoria, o tucano superou França por margem apertada, de 51,75% a 48,25%.

Tanto França quanto Alckmin são figuras de oposição a Doria, mas de formas diferentes de se posicionar distante do governador. Enquanto o socialista virou rosto do antidorismo, até pelos embates duros na eleição de 2018, o ex-governador tucano circula mais pelos bastidores na tentativa de minimizar a força do antigo apadrinhado – foi de Alckmin a ideia de fazer Doria candidato a prefeito da Capital pelo PSDB em 2016, comprando briga com líderes históricos da legenda.

Caio sinalizou que Alckmin precisaria sair do PSDB, até porque o tucanato está muito alinhado a Doria – não à toa, o vice-governador Rodrigo Garcia (ex-DEM) se filiou ao PSDB para ser o candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes. “A decisão (de se desfiliar do PSDB) é do ex-governador Alckmin. Ele tem sabedoria e experiência de sobra. No meu entendimento, o futuro do Geraldo é fora do PSDB. E, se isso se configurar, facilitará muitas coisas.”

Sobre o Grande ABC, Caio disse que o trabalho é potencializar os palanques à pré-candidatura de seu pai. Em 2018, Márcio França ganhou em cinco das sete cidades (perdeu somente em Santo André e São Caetano). Além da reformulação em Santo André, onde a sigla perdeu Ailton Lima, mas trouxe figuras ligadas ao vereador Eduardo Leite (PT), o partido redesenha rotas em Diadema e Mauá.

Em solo diademense, o presidente municipal e ex-vereador, Marcos Michels, e o ex-parlamentar Paulo Bezerra já mostraram desejo de concorrer a deputado no pleito de 2022. Em Mauá, após desfiliação do ex-prefeito Atila Jacomussi (hoje no SD), a aposta é no vereador Ricardinho da Enfermagem. “Em São Bernardo, o doutor Leandro (Altrão, ex-prefeiturável) tem a missão de nadar contra a polarização lá instalada. Estamos animados com a pré-candidatura do Márcio França, os números em pesquisas mostram viabilidade boa, e temos de criar condições de impulsionar isso”, comentou Caio, citando o Grande ABC como região estratégica. Ele, inclusive, lembrou de emendas liberadas para as cidades – no caso, em Mauá (de R$ 200 mil), e Ribeirão Pires (R$ 623 mil).
 




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