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Fifa bate-cabeça e chama 1º Mundial de Clubes de ensaio
Raphael Ramos
Do Diário do Grande ABC
12/11/2005 | 08:15
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Nem a Fifa se entende na hora de divulgar o seu Mundial de Clubes. Sexta-feira, durante evento no Morumbi no qual a entidade formalizou a participação do São Paulo no torneio no Japão, em dezembro, o vice-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Nabi Abi Chedid, representante da Fifa na cerimônia, chegou a declarar que a edição de 2000 – ganha pelo Corinthians – foi um ensaio e que só agora o Mundial começa de verdade.

A declaração do dirigente brasileiro causou constrangimento entre os membros da Fifa que organizaram o evento e, mesmo sem ser questionado sobre o assunto, um integrante da Diretoria de Comunicação da entidade, John Schumacher, tomou o microfone para esclarecer o assunto. “Não há nenhum debate sobre a conquista do título de 2000. No próprio site da Fifa, na parte do histórico do Mundial de Clubes, está que o Corinthians foi o campeão”, disse. “O campeonato tem o mesmo nome, só o formato atual é diferente”.

Schumacher teve de intervir na coletiva de imprensa depois de Chedid dar declarações confusas. “O primeiro torneio Mundial de Clubes organizado pela Fifa é esse que vai ser realizado em dezembro no Japão. Os outros eram organizados pela Conmebol em entendimento com a Uefa”, afirmou Chedid. Logo em seguida, o dirigente entrou em contradição. “Mas o de 2000 foi um torneio organizado oficialmente pela Fifa”.

Na tentativa de encontrar uma justificativa para sua primeira afirmação, o vice-presidente da CBF baseou-se na mudança do regulamento. “O (Mundial) de 2000 foi feito por meio de convites. Agora, o formato é novo, reunindo os campeões de todos os continentes. Não tem convidados”, numa clara referência ao Corinthians, que participou do último Mundial de Clubes da Fifa na condição de campeão do país-sede (Brasil).

A polêmica sobre a primeira edição do Mundial acabou servindo de munição para os são-paulinos provocarem o rival. O presidente Marcelo Portugal Gouvêa, por exemplo, fez questão de ressaltar as três conquistas do Tricolor na Copa Libertadores, que credenciaram o clube a ganhar dois Mundiais de Clubes e a participar do terceiro, em dezembro, no Japão. “Por razões que a gente compreende, a torcida são-paulina só gosta de uma coisa: Taça Libertadores da América e, conseqüentemente, ganhá-la para ir ao Mundial”, disse.

O dirigente, no entanto, ressaltou a importância do torneio com a organização da Fifa. “A gente sabe que a Europa e a América dominam o futebol há muito tempo e, por isso, é natural a realização daquele jogo no Japão”, disse. “Mas não posso deixar de reconhecer que, com o novo formato, terá um pouco mais de representatividade”.




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