Após quase três meses da inauguração, a transferência de água do Sistema Rio Grande – braço produtor da Represa Billings – para o Alto Tietê passou a operar em sua plena capacidade de 4 m³/s na tarde do dia 11 e, desde então, mantém a situação, que era prevista para ocorrer dez dias após a entrega da obra, no dia 1º de outubro.

A interligação entre os sistemas é considerada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e pelo governo estadual como a principal obra do ano contra a crise hídrica.

Antes de atingir a marca total, a operação era feita com vazão de até 1 m³/s depois que a Prefeitura de Ribeirão Pires embargou parcialmente a obra, no dia 8 de outubro. Isso porque no dia anterior, ruas do bairro Ouro Fino ficaram alagadas com o início do bombeamento na Represa Billings. Para solucionar o problema, o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) realizou intervenção no Ribeirão Taiaçupeba-Mirim para adequar o sistema de dissipação de energia, diminuindo o impacto da chegada da água e, deste modo, evitando erosões e assoreamentos. Foi exatamente o acúmulo de sedimentos no leito do rio que causou os alagamentos. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Ribeirão Pires, não houve mais nenhum episódio de inundação depois da conclusão da obra, no dia 7.

O projeto de interligação dos sistemas foi desenvolvido para beneficiar em torno de 1,1 milhão de pessoas em toda a Região Metropolitana, incluindo 100% da cidade de São Caetano. Foram investidos R$ 130 milhões na ação.

O manancial Alto Tietê operava ontem com 23,1% de sua capacidade. Já o Rio Grande estava com 96,6%, tendo chegado a 99,3 % uma semana atrás. As chuvas dos últimos dias, no entanto, não foram suficientes para voltar ao percentual.