Visando garantir peso à sua empreitada de reeleição, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), afirmou que pesquisas qualitativas e quantitativas são “instrumentos importantes” utilizados pelo governo para identificar e “dar elementos para corrigir rumos”. O petista, ao lado de seu secretariado, discute fazer levantamento junto ao eleitorado para imprimir marcas de projetos à gestão neste biênio final de mandato. Segundo ele, quando se está à frente da administração, em algumas situações, “não percebe” eventuais inconsistências na condução de propostas.

Ao admitir o debate com o primeiro escalão da Prefeitura, Grana sinalizou que série de planos já está em andamento para alcançar a meta. Diante deste cenário, o governo articula o estudo visando eleger preferências de projetos. “Exemplos são Bilhete Único, passe escolar gratuito e construção da segunda ETA (Estação de Tratamento de Água), a do Pedroso”, argumentou o prefeito. O Paço estima fixar Mobilidade Urbana e Habitação como principais bandeiras. A pesquisa auxiliaria no sentido de captar se as propostas estão na lista de identificação dos munícipes.

Em princípio, o Orçamento de 2015 não projeta marcas. Elenca programas, sem turbinar com recursos financeiros. Porém, a cúpula petista não descarta remanejamento de verba para atingir a futura sondagem. O documento, em execução, menciona alguns investimentos previstos para este ano, como erguer a ETA – que ampliará a capacidade de produção própria de água, de 6% para 25%, diminuindo a dependência da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) –, criação de creches e restauração de imóveis históricos na Vila de Paranapiacaba.

Em contrapartida, Grana evitou dar a pesquisa como certa dentro do Paço. “Podemos discutir essas questões de marca internamente e potencializar. Como a (presidente) Dilma (Rousseff, PT) falou em mais Educação (no discurso de posse). Quer dizer, priorizar pontos. Em Santo André, dá para citar ainda Parque Central integrado, remoção de famílias do Núcleo Espírito Santo e retomada do aterro sanitário, sem ter de pagar empresa privada de Mauá”, disse. Integrantes do governo admitem, contudo, que há interesse em lançar o levantamento logo após o período de Carnaval, em fevereiro.

SEM DESTAQUE
Na campanha eleitoral de 2012, o então prefeito Aidan Ravin (PSB) sofreu ataques dos adversários políticos justamente por “falta de marcas” no governo. Embora o discurso do socialista era de que a cidade teve melhorias, principalmente na área da Educação, de acordo com os críticos durante o processo, não havia projetos inovadores de destaque ou obras estruturantes na tentativa de mudar a cara da cidade.