Setecidades Titulo
2.000 deixarão palafitas no Jd.Oratório
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
26/08/2007 | 07:02
Compartilhar notícia


Cerca de 2.000 pessoas que vivem em palafitas ao longo do Córrego do Oratório, em Santo André, Mauá e São Paulo, terão de deixar as moradias. A desapropriação é necessária para que o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) canalize o braço d'água.

O projeto, orçado em R$ 60 milhões, será executado entre 2008 e 2009. Por enquanto, a estimativa de desapropriações é baseada na análise de imagens captadas via satélite. Os endereços e o número exato de famílias envolvidas só serão conhecidos no detalhamento da obra, no ano que vem.

A maioria das casas fica nas favelas do Elba, na Capital, da Fazenda da Juta, em Santo André, e do Jardim Oratório, em Mauá. Equilibrados sobre o córrego, os barracos desafiam as leis da Física.

"O grau de risco ao qual essas pessoas estão submetidas depende de várias circunstâncias. O tipo de solo, o volume de chuva. Mas é claro que, como em toda área de risco, essas pessoas estão sujeitas a graves acidentes", afirma o diretor de Engenharia e Obras do Daee, Ronaldo Paiva.

Quem mora nesses endereços sabe o risco que corre. "Se tiver sorte, a gente pega só uma doença", afirma a dona de casa Filelma Barbosa, 27 anos. Há dois, ela mora com o marido e o filho em um barraco de palafita na favela do Oratório, que possui um dos cenários mais críticos da região.

Precariedade – A Viela 38, que leva às cerca de 40 palafitas, é de terra batida. Para chegar nas casas, é preciso cruzar o córrego. Cada casa possui sua ponte. "É seguro", garante o motorista Valdemar Ferreira de Jesus, 60 anos, enquanto pula sobre as tábuas de madeira encaixadas sobre o braço d'água. Em dias de chuva intensa, as casas alagam. A situação melhorou um pouco após a construção de um piscinão. Apesar do lixo ser coletado três vezes por semana, muitas pessoas fazem o descarte no córrego. O local é cheio de ratos, atraídos pelos restos de comida.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;