A comparação de estatísticas entre a comunidade do Complexo do Alemão, na Zona Norte da cidade, e os moradores do bairro de Copacabana, na Zona Sul, aponta a distância social entre as duas regiões, o que se reflete nas estatísticas da violência. Segundo os últimos dados disponíveis no site da prefeitura do Rio, um morador do Alemão vive 13 anos menos do que um nascido na zona sul carioca.

No conjunto de favelas, a expectativa de vida é de 64 anos, contra 77 anos atingidos em Copacabana. A mortalidade infantil no Alemão é de 40,15 por 100 mil nascidos vivos, número cinco vezes maior do que na zona Sul: 7,76 por 100 mil. Na educação, também o morador do conjunto de favelas é desfavorecido: enquanto o aluno de Copacabana cursa 10 anos em média, o do Alemão tem apenas 4,2 anos de estudo.

Os dados se refletem nas estatísticas da violência, conforme os números de fevereiro divulgados na internet pelo Instituto de Segurança Pública (www.isp.rj.gov.br), do governo estadual.

O Instituto divide a cidade por abrangência de batalhões da Polícia Militar, cabendo à região do Alemão o 16^o BPM, que cuida de nove bairros (Alemão, Olaria, Penha, Penha Circular, Brás de Pina, Cordovil, Parada de Lucas, Jardim América e Vigário Geral), e à de Copacabana, o 19^o BPM, responsável por dois bairros (Copacabana e Leme).

Na área de Copacabana, houve três roubos de veículos (com uso de violência) em fevereiro, contra 167 na área do Alemão; em Copacabana, foram 72 roubos a pedestres, contra 199 na zona do Alemão. O número de autos de resistência (quando a polícia mata alguém) em Copacabana foi zero, contra 27 na área onde está o Complexo do Alemão, aponta o Instituto.

Localizado na Zona Norte, o Complexo do Alemão tem 65 mil habitantes e reúne 13 favelas: Morro Alemão, Grota, Nova Brasília, Alvorada, Alto Florestal, Itararé, Morro Baiana, Morro Mineiro, Morro da Esperança, Joaquim de Queiroz, Cruzeiro, Morro das Palmeiras e Morro do Adeus. A área é compreendida por cinco bairros: Inhaúma, Bonsucesso, Ramos, Olaria e Penha.