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Morre aos 40 anos o neozelandês Jonah Lomu, lenda do rúgbi
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18/11/2015 | 00:27
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O mundo do rúgbi está de luto. Morreu no final da noite desta terça-feira (horário de Brasília), na Nova Zelândia, Jonah Lomu, uma das maiores estrelas de todos os tempos do esporte e ídolo dos All Blacks. Lomu tinha 40 anos.

John Mayhew, ex-médico da seleção neozelandesa de rúgbi e amigo pessoal de Lomu, confirmou a notícia. "Em nome da família, confirmo que Jonah Lomu faleceu nesta manhã. Obviamente, a família está devastada com a notícia, assim como seus ex-colegas de seleção, amigos e fãs", declarou.

Lomu tinha sérios problemas de saúde desde que parou de jogar, em 2002, quando tinha apenas 27 anos. Ele sofria de uma doença renal rara, a síndrome nefrótica, diagnosticada em 1995. Em 2004, ele foi submetido a um transplante de rim e precisou se submeter ao tratamento de hemodiálise três vezes por semana durante a última década.

"Foi totalmente inesperado. Jonah e sua família acabaram de voltar do Reino Unido na noite passada e, inesperadamente, ele morreu horas depois", disse o médico. Lomu e sua família foram à Inglaterra, onde acompanharam a Copa do Mundo de Rúgbi, vencida justamente por sua Nova Zelândia. Na volta, passaram em Dubai, de onde o ex-jogador dos All Blacks chegou a utilizar sua conta no Twitter para contar aos seus fãs que seus dias no país estavam sendo encantadores.

O principal executivo dos All Blacks, Steve Tew, afirmou que todos estavam chocados com a notícia. "Estamos perplexos e profundamente entristecidos com a morte súbita de Jonah Lomu", afirmou o dirigente. "Jonah era uma lenda viva em nosso esporte, amado por milhares de fãs tanto aqui na Nova Zelândia quanto em todo o mundo. Não temos palavras para descrever nosso sentimento. Nossas mais sinceras condolências à família de Jonah."

John Key, o primeiro-ministro da Nova Zelândia, usou o Twitter para falar ao povo de seu país. "Estou profundamente entristecido com a notícia do falecimento de Jonah Lomu. O pensamento de todo povo neozelandês está com sua família agora", afirmou.

A CARREIRA - Lomu foi um dos maiores jogadores da era moderna do rúgbi. Filho de pais tonganeses e criado em um dos bairros mais humildes de Auckland, foi a maior estrela da década de 1990 dos All Blacks, tida com uma das mais brilhantes da história do esporte, mesmo que não tenha conquistado nenhum título mundial. Sua principal característica em campo eram a incrível força física aliada à extrema velocidade, qualidades raras de serem encontradas em um mesmo jogador. Além disso, destacava-se por sua grande lealdade.

Ele defendeu os All Blacks em 63 jogos, anotando nada menos do que 37 tries. Estreou pela seleção em 1994, aos 19 anos. Um ano depois, defendeu sua seleção na mítica Copa do Mundo disputada na África do Sul e retratada no filme "Invictus", que conta a história do presidente sul-africano Nelson Mandela e sua luta contra o Apartheid e para popularizar o esporte em todo o país - o rúgbi era considerado um esporte do povo branco e o futebol era o dos negros.

Mandela, o capitão dos Springnoks François Pienaar e também Jonah Lomu ajudaram a unir o país e diminuir o racismo. Foi nesse Mundial que uma de suas jogadas, um contra-ataque ultrapassando toda a linha defensiva da Inglaterra, é considerada até hoje a maior de todas as edições dos Mundiais.

Mesmo com a derrota na decisão, a estrela de Lomu foi fundamental para popularizar o esporte em todo o planeta, contribuindo decisivamente para que a audiência do rúgbi explodisse. Em agosto, pouco antes do início do Mundial da Inglaterra, Lomu deu uma entrevista para o jornal inglês The Guardian.

"O que eu fiz para o rúgbi naquela Copa do Mundo definitivamente mudou tudo no esporte. Quando eu olho isso agora eu entendo essa relação. Antes não via assim. Quando meus jogos antigos passam na TV, meus filhos me olham com espanto. Eles cresceram como 'filhos de Jonah' e é difícil explicar para eles a minha importância", disse, para completar.

"Eu não tenho nenhum arrependimento na minha carreira. Conquistei tudo com muito carinho. Disputei uma final de Copa do Mundo contra a África do Sul na África do Sul, quando o país se tornou um só. François Piennar me disse que não foram 80 mil pessoas no estádio, mas 44 milhões assistindo pela TV", afirmou.




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