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Mãe recorre à Justiça pela saúde da filha

Responsável pela menina de 7 anos pede transferência do Nardini; hospital não tem neurologista

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
10/09/2015 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


É um descaso. Nenhum tratamento está dando resultado e até agora ninguém se empenhou em transferi-la para um local adequado.” O desabafo feito pela dona de casa Camila Barbosa Silva, 22 anos, evidencia a indignação da mãe perante o tratamento médico que vem sendo oferecido para sua filha Ana Clara Silva Bezerra, 7, no Hospital Nardini, em Mauá.

Internada desde o dia 30, a pequena Ana Clara sofre diariamente com a incerteza do seu diagnóstico, além de uma série de tratamentos aplicados sem sucesso.

Segundo a mãe, os problemas começaram após a paciente ser diagnosticada, ainda bebê, com cardiopatia congênita. Aos 3 meses de vida, Ana Clara precisou passar por procedimento cirúrgico, entretanto, a falta de oxigênio em seu cérebro resultou em sequelas que a criança carrega até hoje. “Apesar de ela conversar, teve retardo em seu desenvolvimento. Ela fica o dia todo batendo a cabeça nos móveis, sem contar que só dorme quatro horas diariamente, e em intervalos espaçados. Aqui mesmo no hospital eles deixam ela amarrada, caso contrário, ela quebra tudo e também se machuca”, relata Camila.

Após não encontrar locais especializados em atender o caso de sua filha e ver que a aplicação de remédios em casa não surtia mais efeito, Camila viu na internação sua única solução, entretanto, o caso continua o mesmo. “Ela ficou no Nardini em abril durante 17 dias sem nenhuma melhora. Eles deram alta garantindo atendimento no Caps (Centro de Atenção Psicossocial), mas depois de três meses nada mudou e decidi internar novamente. O pior de tudo é que eles aumentaram o número de medicamentos e não vejo nenhuma melhora.”

Segundo Camila, o tratamento inclui, atualmente, sete remédios, sendo três deles, Risperidona, Biperideno e Prometazina, indicados para pacientes esquizofrênicos, portadores da síndrome de Parkinson e no tratamento sintomático de todos os distúrbios do grupo das reação anafiláticas, respectivamente.

Nada está adiantando. Meu medo é ela crescer e perder o controle. Só peço que coloquem a Ana Clara em uma unidade adequada, com psiquiatra e neurologista infantil. Contratei uma advogada particular para tentar sanar o caso. Mas até agora o hospital não assinou o relatório médico.”

Para agravar a situação, a unidade médica está sem neurologista, conforme o Diário apurou.

Em nota, a Prefeitura de Mauá, responsável pelo hospital, ressaltou que o caso da paciente Ana é considerado “excepcional devido aos sintomas apresentados”. Apesar disso, a administração municipal informou que atualmente, a equipe multidisciplinar analisa a resposta terapêutica de um novo tratamento medicamentoso, de alto custo, introduzido em ação conjunta com a neuropediatria do Centro Especializado em Reabilitação do município.

A nota ainda relata que a “rede tem se empenhado na busca pela melhor assistência à criança. Para isso, inclusive, utilizou referências externas ao município para auxílio no diagnóstico.”

 




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