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Clã Sarasá comemora 50 anos de restauro e arte
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
05/04/2005 | 12:20
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Para o Ateliê Artístico Sarasá, 2005 é um ano de festa pelos 50 anos da reunião de integrantes da família de origem espanhola no Brasil, país onde permanecem e sempre se dedicaram à criação artística e à restauração. No currículo do clã figura uma série de serviços em prol da conservação do patrimônio cultural brasileiro, atuação de causar inveja em qualquer bom profissional da área de restauro. Entre as realizações de destaque estão as recuperações dos vitrais da Catedral da Sé e da fachada da Pinacoteca do Estado, ambos em São Paulo, construções respectivamente de meados do século XX e do final do XIX. O presente dos Sarasá por completar meio século de arte no país não poderia ser melhor, reflexo do reconhecimento: muito trabalho. “Para falar sobre tudo o que estamos fazendo no momento seriam necessárias várias horas”, diz Luis Martin, comandante do ateliê que tem unidades em São Bernardo e na capital.

Entre as atividades às quais os Sarasá se dedicam atualmente estão trabalhos em vitral concebidos para diversas instituições religiosas, como Igreja Santa Luzia (bairro de Ramos, no Rio), Paróquia Nossa Senhora da Luz (Salvador, Bahia), Santuário do Pai Eterno (Santo Antônio de Jesus, Bahia) e Seminário da Diocese de São Paulo (bairro Ipiranga, São Paulo). Para o Santuário Mariano Diocesano de Cáceres (Araputanga, Minas Gerais), a técnica utilizada foi outra, a cerâmica – painéis.

Em paralelo aos trabalhos de criação, o ateliê tem de reservar fôlego para restaurações como o do conjunto de vitrais da Igreja Bom Jesus do Brás (São Paulo), em desenvolvimento. Uma das mais recentes realizações dos Sarasá na área foi o restauro dos vitrais do Mercado Municipal Paulistano, o Mercadão da rua da Cantareira.

“Ao longo das cinco décadas de atuação profissional, nossos esforços foram divididos entre criações e restaurações. Mas a maior parte é de criação, até porque no Brasil esperam sempre as construções estarem totalmente deterioradas para só depois pensar em conservá-las. Muitas caem antes disso”, afirma Luis Martin.

Antes de executar qualquer obra, os Sarasá trabalham bastante na idéia que será apresentada aos contratantes, atividade que também demanda muita dedicação. Um dos projetos em elaboração no ateliê é o do conjunto de vitrais para o Santuário de Santa Paulina, em Nova Trento, Santa Catarina.

“É uma série de vitrais com passagens da vida de Madre Paulina. A intenção é fazer um tipo de vitral para ser visto do lado de fora do prédio. Isso enquanto originalmente essa é uma espécie de trabalho para ser apreciado em contraluz, ou seja, de dentro das construções. Teremos de criar uma técnica diferente”, diz Luis Martin, que pegou gosto pelas artes com seu pai (Luis Martin Lisbona) e agora transmite os conhecimentos para o filho Arnaldo, dando assim continuidade à tradição artística que marca a história no Brasil dos Sarasá.



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