A correria para as compras de fim de ano se mistura à sensação de medo nas mais tradicionais ruas de comércio popular do Grande ABC. O empurra-empurra nas grandes lojas, somado ao medo de assaltos e furtos, provoca tensão tanto nos consumidores quanto nos comerciantes.

As guardas civis municipais e a Polícia Militar anunciaram que haveria reforço de efetivo nos principais pontos comerciais da região, mas a equipe do Diário encontrou pouco policiamento no Calçadão da Oliveira Lima, em Santo André, e nenhum na Avenida Marechal Deodoro, em São Bernardo, na tarde de ontem.

As lojas, por sua vez, reforçaram o número de seguranças como resposta à alta no movimento. A maioria dos vigilantes foi categórica ao dizer que, com o aumento na circulação de clientes, consequentemente sobem as ocorrências de furtos e roubos. "A gente precisa ficar ligado no tumulto dentro das lojas. Se depender do policiamento do lado de fora, estamos perdidos", disse um segurança de uma grande rede de lojas de brinquedos.

A presença dos guardas municipais e policiais militares ainda é tímida. Em uma hora e meia de caminhada pela Avenida Marechal Deodoro, apenas uma viatura da PM foi avistada, presa no trânsito caótico.

A maioria dos consumidores é mulher e se comporta de maneira parecida. Elas fecham a cara e travam a bolsa embaixo do braço. Esse foi o caso da merendeira Maria Regina Rocha, 53 anos, e da sua filha Laura, 20, no Centro de São Bernardo. "Não tem jeito. A gente veio pesquisar, mas mesmo assim temos medo de acontecer alguma coisa. Ainda bem que agora existe cartão, o prejuízo é menor", opinou Maria.

Gerente de uma loja de roupa para jovens em São Bernardo, Rafael Rabelo afirmou que o aumento da clientela neste mês superou 20%. "Durante a semana tem mais segurança que no sábado, mas acredito que deve aparecer mais homens nas próximas semanas", previu.

No calçadão da Oliveira Lima, havia uma base da PM com dois policiais, e outra da Guarda Municipal com viatura, mas não havia policiais circulando pela via.