"Chegamos a um acordo sobre este cessar-fogo a pedido de um dos membros do Governo iraquiano que nos visitou na sexta-feira à noite para nos pedir ajuda para pôr um fim às hostilidades e tentar encontrar um meio de reduzir o banho de sangue", afirmou Paul Bremer.

O administrador considerou, porém, que a trégua poderá permitir que os rebeldes se reagrupem. "Acho que devemos nos cuidar e não permitir que os que disparam possam se fortalecer", ressaltou Bremer. "Impor um cessar-fogo em hostilidade é um problema muito delicado. E estamos muito conscientes da necessidade de que não implique o fortalecimento dos insurgentes", acrescentou.

Em relação aos reféns nas mãos dos rebeldes, Bremer disse que não sabe nada sobre o destino dos japoneses seqüestrados, nem sobre o funcionário norte-americano Thomas Hamill, também preso no Iraque."Honestamente, não sei quantos são os seqüestrados neste momento. Vimos uma quantidade de informes diferentes e nós e os militares tentamos procurá-los", disse, acrescentando que a tomada de reféns não terá êxito como meio de negociação.

Em uma entrevista à rede ABC também neste domingo, Bremer garantiu que Washington se mantém firme sobre a data de 30 de junho para transferir a soberania aos iraquianos. "É uma data que foi firmemente solicitada pelos iraquianos em novembro, quando foi fixada", lembrou.

"Agora, a maioria dos iraquianos sabe que, neste dia, a ocupação terminará, e acredito que se não mantivermos nossa promessa, estaremos pondo mais vidas americanas em risco", considerou Bremer.

Mais de 400 iraquianos morreram e pelo menos mil ficaram feridos numa semana de combates violentos entre os rebeldes e as forças americanas em Fallujah, reduto sunita situado 50 quilômetros a oeste de Bagdá.

Confirmação - O membro do Partido Islâmico Iraquiano que chefia as negociações, Alaa Makki, confirmou a informação de Paul Bremer e disse, neste domingo, que o cessar-fogo, que estava previsto para terminar na noite deste domingo, foi prorrogado até às 10h (3h de Brasília) de segunda, com o intuito de permitir aos mediadores solucionar a crise.