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PT e PSDB em guerra na Assembléia de SP
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19/02/2005 | 17:33
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A eleição para a presidência da Assembléia Legislativa de São Paulo está provocando uma guerra entre PT e PSDB. Depois de encerrado o processo em Brasília, que terminou na vitória inesperada de Severino Cavalcanti (PP-PE) na presidência da Câmara dos Deputados, os petistas se concentram agora em São Paulo. De olho nas eleições do ano que vem, querem impedir que o candidato do partido do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), o deputado Edson Aparecido, vença a disputa, marcada para o dia 15 de março. Para isso, vão jogar pesado.

Neste sábado, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, aporta na capital e discute a sucessão no Legislativo com o líder do PT na Casa, deputado Cândido Vaccarezza. “O governo federal está entrando com tudo na disputa aqui. A ordem é tentar evitar a vitória de Aparecido. E cada um usa as armas que tem”, afirmou um integrante da base aliada do governador. “Se preciso, vamos oferecer cargos”, confirmou um deputado petista.

  Os tucanos, por sua vez, também costuram acordos para permanecer no comando da Casa, na mão do PSDB há dez anos. “O governo paulista também não está fazendo por menos. Já começou a oferecer cargos e até uma secretaria para o bloco dos dez – formado por PSB, PV e PDT”, afirmou um parlamentar. Para garantir a eleição de Aparecido, o PSDB, segundo a fonte, estaria oferecendo para os deputados do bloco dos dez e também para os do PMDB cargos em empresas de economia mista, como a Sabesp.

Suspense – Cortejado tanto pelo PT quanto pelo PSDB, o líder de um dos partidos do bloco dos dez, o deputado Geraldo Vinholi (PDT), observou que a disputa na Assembléia está apenas começando e faz suspense em relação a qual lado da balança seu grupo está pendendo. “Somos um bloco independente, e não necessariamente de oposição ao governador Alckmin”, disse. “Podemos apoiar o Aparecido, mas também caminhar com o PT.”

O líder do PT na Assembléia nega interferência do governo federal em São Paulo. “Isso é uma absoluta mentira”, disse Vaccarezza. “O governo federal está completamente fora da discussão.” O petista também negou a existência de encontro com Dirceu neste sábado na capital paulista.

O secretário da Casa Civil, Arnaldo Madeira, afirmou que o governo paulista não faz “toma-lá-dá-cá”. Principal interlocutor de Alckmin junto ao Legislativo, Madeira disse ainda que não acredita que a União entrará na disputa em São Paulo. “Eles (governo federal) já cometeram tantos equívocos nos últimos meses que não acredito que vão cometer outro.” O secretário tucano também não acredita em “efeito Severino”. “Aqui o processo é outro. O que aconteceu em Brasília é resultado de um processo de dois anos de relacionamento equivocado do governo Lula com o parlamento”, ressaltou.



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