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Bolsa-família deve triplicar na região
Valéria Cabrera
Do Diário do Grande ABC
18/04/2004 | 18:31
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O número de famílias beneficiadas no Grande ABC pelo programa federal Bolsa-Família deverá triplicar até julho. Para isso, os municípios da região têm até o fim de maio para enviar o cadastro com dados de 22.502 famílias carentes para o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Atualmente, 10.654 famílias da região recebem o benefício: de R$ 15 a R$ 95, dependendo da renda per capita e do número de filhos com até 15 anos.

A ampliação faz parte da meta do governo federal de atender até julho 50% das famílias que vivem em situação de pobreza nas capitais e regiões metropolitanas, com renda per capita mensal inferior a R$ 100 e que ainda não recebem benefícios de transferência de renda do governo federal. O Bolsa-Família foi lançado em outubro do ano passado, englobando vários outros programas sociais.

O município que tem o maior número de bolsas disponíveis é Mauá: 6.286. Segundo informações do ministério, até o começo da última semana, a cidade tinha enviado somente o cadastro de 111 famílias. O diretor da Coordenadoria de Segurança Alimentar do município, João Carlos Alves, disse que o cadastro das outras famílias já está em fase adiantada. “Já identificamos cerca de três mil famílias que se enquadram nos critérios do Bolsa-Família. Até o fim de maio, teremos concluído esse trabalho”, afirmou.

Mauá tem hoje 217 famílias recebendo o benefício. Com as novas bolsas, o município terá metade de sua população carente inscrita no Bolsa-Família – 6.503 famílias. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 13 mil famílias que moram na cidade têm renda per capita menor que R$ 100.

O ministério também disponibilizou mais 4.395 bolsas para famílias de Santo André, 5.301 para São Bernardo, 657 para São Caetano, 5.032 para Diadema e 831 para Rio Grande da Serra, que pela primeira vez terá famílias carentes incluídas no programa federal (leia reportagem nesta página). Ribeirão Pires não foi incluída porque já tem 2.174 famílias inscritas no Bolsa-Família, mais que a metade do total de famílias carentes existentes na cidade, que é 2.937, segundo dados do IBGE.

Para definir as famílias beneficiadas em Santo André e Diadema, as prefeituras vão usar cadastros já prontos. Diadema iniciou o cadastramento de famílias carentes no ano passado, que conta hoje com cerca de oito mil inscrições. A secretária de Assistência Social e Cidadania do município, Cormarie Guimarães Perez, explicou que serão identificadas as famílias mais carentes e que não recebem outros benefícios públicos para serem inscritas no Bolsa-Família.

Já Santo André irá chamar as famílias já cadastradas para atualizar os dados. Isso porque as informações são antigas, de pelo menos três anos atrás. “Algumas dessas famílias podem ter se mudado ou então melhorado sua situação financeira”, justificou Cid Blanco Júnior, coordenador do Observatório de Inclusão Social de Santo André.

O diretor da Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania) de São Bernardo, Hermes Tomazoni, disse que não tem conhecimento dessas novas bolsas e contesta os números do governo federal. De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 3.543 famílias do município recebem o benefício desde o ano passado. Outros 486 cadastros já foram enviados para o governo federal, restando ainda um crédito de 4.815 bolsas para serem concedidas até o fim de maio.

Tomazoni afirma que 9,5 mil famílias da cidade já são beneficiadas pelo programa, quantia que ultrapassa o número de famílias que têm renda mensal per capita menor que R$ 100, que é de 17,7 mil, de acordo com dados do IBGE. “Mesmo que tenhamos essas bolsas, o prazo estabelecido não é suficiente para cadastrarmos esse número de famílias. Exigiria um esforço muito grande, pois o formulário é extenso, tem 12 páginas, e demora mais de uma hora para ser preenchido”, justificou.

O Departamento de Assistência Social e Cidadania de São Caetano informou que o município irá cumprir os prazos definidos, mas também contestou os números. Segundo o diretor do departamento, Heitor Pontes, o governo federal informou que até o fim de maio deveria enviar os dados de apenas 137 famílias; o restante, 520 inscrições, poderiam ser emitidas posteriormente.

Segundo informações da assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quem não entregar o cadastro até o fim de maio perderá as bolsas. O governo federal ainda está estudando uma forma de redistribuição do benefício que não foi usado pelos municípios.




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