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Época diz líderes da Igreja Renascer enganam fiéis
Por Do Diário OnLine
18/05/2002 | 14:59
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No mesmo dia em que a 'Marcha para Jesus', evento organizado pela Igreja Renascer em Cristo, reúne um milhão de pessoas na capital paulista, a revista Época publica uma reportagem na qual acusa os seus principais líderes, o apóstolo Estevão Hernandez e a bispa Sônia Hernandez, de crimes como falsidade ideológica, estelionato e formação de quadrilha.

Segundo a revista, na cidade de São Paulo existem 17 títulos protestados e 47 processos contra a Renascer, a maioria de cobrança ou de despejo. Na matéria, são citados diversos casos particulares de fiéis que afirmam ter sido enganados pelos líderes religiosos.

Época ouviu freqüentadores assíduos da igreja que afirmam ter sido pressionados por Estevão e Sônia a entrar como fiadores e/ou avalistas em negócios empreendidos em favor da igreja. São aluguéis de grandes imóveis que acabavam não sendo pagos pela igreja e que, conseqüentemente, deixavam os fiéis em maus lençóis.

Uma das testemunhas ouvidas pela revista, a professora Maria Margarida Pinto Coelho, revelou que tem uma dívida de R$ 260 mil pelo não pagamento do aluguel de um cinema de Brasília feito em nome da igreja. Se não honrar o compromisso, pode ser despejada de seu apartamento. Casos como este, segundo a publicação, se repetem com freqüência.

Ainda de acordo com a revista, os fiadores não conseguem entrar em contato com os líderes da Renascer, que forneceriam endereços de lugares onde não moram. Além disso, durante o andamento dos processos, os fiéis descobrem que os religiosos não têm nenhum bem em seu nome que possa ser arrestado para o pagamento da dívida. Daí a necessidade de fiador. Segundo juristas ouvidos pela Época, se o comportamento do casal denunciado for comprovado, pode ser caracterizado como falsidade ideológica, estelionato e fraude fiscal.

A revista denuncia ainda que a Fundação Renascer se utiliza do título de entidade filantrópica para desenvolver projetos lucrativos onde a atividade beneficente não está clara. Ela cita como exemplo a compra de um terreno comprado na Flórida, bem próximo a Disney World, que teria o título de um centro missionário.

No entanto, de acordo com Época, ele é apresentado aos fiéis como um resort, que se encaixa no esquema de time sharing. Segundo a revista, quem pagar R$ 7 mil, em 24 prestações, tem direito a se hospedar uma semana por ano em hotéis da rede Interval. A taxa anual de manutenção do título seria de US$ 300. O Ministério Público já se pronunciou sobre o assunto e disse que precisa ser apurada a possibilidade dessa fundação visar fins lucrativos.

Padrão alto — Na edição que vai às bancas neste final de semana, a revista procura deixar claro que a família Hernandez tem um alto padrão de vida. Durante entrevista à Rádio CBN, o editor de Época afirma que o apóstolo Estevão tem coleção de relógios de luxo e só anda em carros importados.




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