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Oito de cada dez veículos equipados com GNV apresentam algum tipo de irregularidade na Grande São Paulo

Estudo mostra que em 70% dos casos cilindros não constam no Renavam

Carolina Helena
Especial para o Diário
09/02/2022 | 08:11
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Claudinei Plaza/DGABC


Pesquisa realizada pela Angis (Associação Nacional dos Organismos de Inspeção) e pelo Sivesp (Sindicato das Empresas de Inspeção Veicular do Estado de São Paulo) mostrou que 78% dos veículos equipados com GNV (Gás Natural Veicular) e que circulam pela Região Metropolitana de São Paulo estão irregulares. O estudo inédito foi realizado com 3.000 automóveis que abasteceram em 37 diferentes postos da Grande São Paulo.

O levantamento mostrou que 70% dos veículos que se dirigiram aos postos não estavam registrados no Renavam como possuidores de GNV como combustível. Ou seja, nunca fizeram a inspeção inicial obrigatória nem qualquer verificação periódica de regularidade. Além disso, outros 8% estavam com licenciamento atrasado há dois anos ou mais, significando que também não faziam a inspeção periódica anual obrigatória.

A ausência da inspeção para veículos movidos a GNV e determinada pela lei estadual número 16.649/2018 e pela portaria do Inmetro/MDIC número 122/2002, pode causar uma série de danos aos ocupantes dos veículos, usuários de aplicativos ou serviço de transporte, e também aos própriosfrentistas, como danificação de peças do automóvel, acidentes de trânsito, incêndios e até explosões. A penalidade nesses casos é de multa, no valor de R$ 195,23, mais a retenção do veículo para a regularização.

Os veículos devem ser submetidos à inspeção imediatamente após a instalação do sistema GNV. "A inspeção de segurançaveicular é indispensável para preservação da vida. Historicamente, todos os acidentes nos sistemas GNV instalados aconteceram, comprovadamente, em veículos que não estavam regularizados ou com as inspeções periódicas em dia, além de não ter o selo de segurança GNV do Inmetro vigente", explicou o presidente do Sivesp, Claudio Torelli.

Douglas Barbosa de Oliveira, 39 anos, dono da GNV Master, loja que fica no Jardim Monte Líbano, em Santo André, especializada neste tipo de veículos, disse que muitos clientes que buscam o local estão irregulares. "Na parte de manutenção, 80% a gente pega irregularidade porque não está no documento o GNV. Também tem casos de cilindro vencido. Tem convertedoras que fazem a manutenção e instalação, tudo errado, aí a gente tem que ficar consertando para poder instruir o cliente e passar no Inmetro legal", explicou.

Um alerta foi encaminhado pela Angis e pelo Sivesp às autoridades responsáveis pela fiscalização da regularidade dos veículos movidos a GNV, as entidades informaram os postos de abastecimento de gás e secretários de transporte das 74 cidades paulistas onde existem postos de GNV

O motorista de aplicativo Mauricio Anderson, 41, optou pelo cilindro de gás no porta-malas para economizar e garante que a fiscalização aumentou. "Estou usando carro a gás há um ano e meio e só tive benefício. A regularização e fiscalização são importantes, o carro tem que estar em ordem, os documentos também. Quando você vai no posto abastecer tem que abrir o porta-mala para mostrar que está tudo certinho, se não estiver te tiram da fila", comentou.

Os veículos aprovados pela inspeção obrigatória recebem o selo do Inmetro, que deve ser exigido pelos frentistas no ato de abastecimento dos automóveis movidos a GNV, sendo que o posto que não exige está incorrendo em crimes de responsabilidade, risco de perda do seguro em caso de acidente, além de açõestrabalhistas parafuncionários acidentados.




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