Política Titulo São Bernardo
CPI da OAS volta a pedir coercitiva para Marinho após nova ausência

Juíza Daniela de Carvalho Duarte, da 5ª Vara Criminal, acolheu solicitação para ouvir ex-prefeito, mas político não foi encontrado nos endereços citados; nova oitiva fica para quarta

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/08/2021 | 16:00
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Claudinei Plaza/ DGABC


Atualizada às 17h36

A CPI da OAS aprovou novo pedido de condução coercitiva contra o ex-prefeito Luiz Marinho (PT) após o petista não ter sido localizado por policiais para prestar seu depoimento nesta segunda-feira (23). Por volta das 14h, a juíza Daniela de Carvalho Duarte, da 5ª Vara Criminal de São Bernardo, anunciou que havia acolhido pleito da comissão para ouvir Marinho às 15h30, mas o político não estava nos três endereços citados.

Diante do cenário, o relator da CPI da OAS, Julinho Fuzari (DEM), reapresentou requerimento para ingressar com novo pleito junto à Justiça para a realização da oitiva de Marinho. Desta vez, sugeriu quarta-feira, às 15h30, na sede do Legislativo, no Centro. A expectativa da comissão é a de que o solicitação seja aprovada, pois a juíza demonstrou tese de ser favorável à condução coercitiva do petista.

Na sexta-feira, Marinho não compareceu à CPI sob alegação de que seus advogados buscavam inteiro teor de todos os passos tomados pelo bloco até agora. A comissão foi reinstalada neste ano – em 2020, a CPI chegou a ser aberta, mas não obteve avanços significativos – com objetivo de apurar se houve corrupção na relação entre a OAS e a Prefeitura de São Bernardo.

Diante da ausência do petista, a CPI aprovou pedido de Fuzari para que houvesse solicitação judicial de condução coercitiva contra Marinho. O argumento foi o de que o político havia faltado a duas sessões, uma vez que originalmente sua oitiva havia sido marcada para o dia 13 e foi adiada a pedido do ex-prefeito.

Após aprovação por parte de Daniela de Carvalho Duarte, policiais foram ao Sindicato dos Metalúrgicos, à sede do PT em São Bernardo e à residência de Marinho, no Riacho Grande. O petista não estava em nenhum dos endereços. A sessão da CPI chegou a ser oficialmente aberta às 15h30, ficou suspensa por volta de uma hora e meia e foi encerrada diante do resultado negativo da procura pelo ex-prefeito nos endereços citados.

“Não era segredo que ele poderia ter coercitiva hoje, a imprensa noticiou. Ele fugiu de novo”, disparou Fuzari.

“Ele (Marinho) estava sabendo (da possibilidade de ser intimado a depor). Não tem essa. Ele quer de certa forma postergar. É uma manobra para não aparecer. Ele vai jogar com isso esperando o fim da CPI”, emendou o presidente do bloco, Mauricio Cardozo (PSDB) – os trabalhos precisam chegar a um desfecho até a próxima semana. “Fica feio para ele. Até porque outros vieram e depuseram normalmente, como o Tarcisio (Secoli, PT, ex-secretário de Serviços Urbanos), o Ney Vaz (Sebastião Ney Vaz Júnior, também ex-secretário da área) e o Léo Pinheiro (ex-presidente da OAS). Por que não vem e esclarece? Se ele tem a consciência tranquila, vem e esclareça”, adicionou o tucano.

REQUERIMENTO
A CPI recebeu resposta do governo do prefeito Orlando Morando (PSDB) sobre requerimento que questionava se a Prefeitura de São Bernardo havia recebido algum valor do acordo de leniência firmado pela OAS com o MPF (Ministério Público Federal). “O Executivo nos retornou dizendo que nenhum centavo voltou. Até por isso o trabalho da CPI se faz mais necessário, para que, se comprovada irregularidade, o dinheiro volte aos cofres públicos”, comentou Fuzari.

Ao Diário, Marinho argumentou que não foi notificado de nenhuma audiência "nem tampouco da decisão judicial" sobre sua condução coercitiva.




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