Política Titulo Materiais sob perícia
Polícia Civil investiga denúncia de distribuição de fraldas vencidas no Hospital Municipal de Diadema

Caso envolve suposta adulteração de datas; houve registro de BO

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
17/07/2021 | 00:21
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A Polícia Civil abriu procedimento de investigação para apurar denúncia de distribuição de fraldas vencidas por parte da Prefeitura de Diadema, gerida por José de Filippi Júnior (PT). A acusação, formalizada ontem no 2º DP (Piraporinha), mediante registro de BO (Boletim de Ocorrência), aponta que pacotes do material descartável voltado a adultos foram encaminhados do almoxarifado central da Secretaria de Saúde, na região central, para uso de pacientes do HM (Hospital Municipal), em Piraporinha, com data adulterada para forjar estado de regularidade do produto.

A apuração trata se o prazo de validade era apagado deliberadamente dos pacotes, da marca Bigfral – não houve mensuração, a princípio, da quantidade de fraldas dentro de tais condições. O vereador Eduardo Minas (Pros), de oposição, gravou, no período da tarde, o deslocamento de caminhão da Prefeitura que transportou remessa de unidades vinculadas à pasta de saúde, sob comando de Rejane Calixto Gonçalves, para o HM. Ele registrou imagens da saída e da chegada dos itens ao equipamento, onde houve o descarregamento. Na sequência, acionou agentes da polícia para averiguar o caso.

Equipe da perícia, conduzida pelo delegado titular Luciano Galvão Elias, compareceu no local para atuação. Os policiais iniciaram verificação preliminar do material. Parte dos pacotes foi recolhida visando a elaboração complementar de laudo para identificar o que provocou a possível alteração do certificado de vencimento do fabricante.

“Na presença da senhora Muriel Barbosa de Lima, diretora hospitalar do HM de Diadema, verificou-se que estavam sendo desembarcados diversos pacotes de fraldas, os quais aparentavam alguma espécie de supressão na data de validade, conduta essa que impedia a visualização clara da data de expiração do produto. Ainda foi possível aferir que alguns pacotes estavam vencidos”, diz trecho do texto anotado pelo delegado.

A análise trata de crime contra as relações de consumo, o que envolve vender, ter em depósito para venda ou expor à venda ou entregar mercadoria em condições impróprias para consumo. “Entendo como crime contra a saúde pública por envolver fraldas vencidas a equipamento municipal, além de considerar que as medidas abragem ainda responsabilidades de improbidade administrativa”, emendou Minas.

Por nota, a Prefeitura de Diadema confirmou a existência de fraldas vencidas, “compradas de maneira exorbitante e em quantidade errada pela gestão anterior para cumprimento de ação judicial e que não foram lançadas no sistema”. “Assim que tomou conhecimento, a administração separou as fraldas até segunda ordem.”

O governo Filippi apontou ainda que vai apurar os fatos e classificou como “inadmissível ter tomado conhecimento do fato por meio de uma denúncia por e-mail anônimo cinco minutos antes da chegada de dois vereadores e da Polícia Civil, juntamente com pessoas filmando e tirando fotos”. 




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