A Evol, empresa de eletrodomésticos de luxo com sede em Santo André, viu o faturamento crescer 100% desde o início da pandemia do novo coronavírus. O fato de as pessoas ficarem mais em casa colaborou para o incremento na venda de itens destinados à montagem de espaço gourmet em casa, tais como churrasqueira a gás, coifas, cervejeiras e adegas. Embora os produtos sejam produzidos em três fábricas da China, todo processo de desenvolvimento é feito pela marca.

Adelfo Cidi Júnior, diretor executivo da Evol, observou que a demanda subiu no último ano porque as pessoas tiveram que ficar isoladas em casa, onde tiveram que se reinventar para aproveitar o tempo. “Houve um investimento muito alto em espaços gourmet. O brasileiro gosta muito de se reunir, viajar, ir a um restaurante, mas sem poder sair, começou a aproveitar a própria casa, tanto que a parte de gastronomia cresceu muito”, afirmou durante entrevista coletiva realizada ontem.

O empresário assinalou que as vendas também são impulsionadas pelo resultado do mercado imobiliário, um dos poucos setores que apresentaram crescimento na pandemia. Exemplo é que, na região, o número de lançamentos de imóveis cresceu 74% no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2020, conforme pesquisa da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC). Segundo Cidi Júnior, atualmente a maioria dos empreendimentos é entregue com estrutura para a instalação de uma área gourmet, como saída para gás.

A Evol, que atua há sete anos, conta com 17 itens, além de acessórios, em seu portfólio, entre eles, sete modelos de churrasqueira a gás, cujos preços variam entre R$ 6.000 e R$ 26 mil. Até o início de 2022, a expectativa é lançar pelo menos mais quatro produtos: mais um modelo de churrasqueira a gás e coifa, além de um gaveteiro refrigerado e um cooktop estilo dominó, que pode ser acoplado à churrasqueira.

Embora a empresa não tenha enfrentado falta de insumos ou atraso na entrega dos produtos, que vêm da China, durante a pandemia, a Evol enfrenta outras dificuldades. Além da alta do dólar, o custo do frete encareceu. Cidi Júnior explicou que, antes, pagava de US$ 1.500 a US$ 2.500 por um contêiner para importar os produtos. Atualmente, o custo é de mais de US$ 11 mil. “Não é só o custo, mas também há falta de contêineres. Chegamos a ficar 30 dias com os produtos prontos sem conseguir trazer”, destacou.