Setecidades Titulo Avanço da campanha
Região tem três cidades próximo de 70% de cobertura na 1ª dose

Sto.André, S.Caetano e Ribeirão Pires estão com campanha avançada; especialista diz que controle da pandemia está distante

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
07/07/2021 | 00:03
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Celso Luiz/DGABC


Três das sete cidades do Grande ABC devem alcançar, hoje ou amanhã, 70% dos adultos vacinados contra a Covid com a primeira dose. No entanto, apesar de Santo André, São Caetano e Ribeirão Pires estarem próximas do percentual, o controle da pandemia só deve acontecer quando o reforço atingir esse estágio de cobertura, o que ainda está muito distante.

A cidade que mais aplicou a primeira dose, proporcionalmente, é Ribeirão Pires, com 67% dos adultos, mas o reforço só é realidade para 17,5% de quem tem 18 anos ou mais. Na sequência aparece São Caetano, com 65,7% dos adultos com o esquema vacinal iniciado e 28,2% com o reforço assegurado. Santo André tem 65,3% do público-alvo com a primeira dose e 20,6% com a segunda.

Nas outras cidades, São Bernardo tem 60,8% de cobertura da primeira dose para adultos e 16,4% na segunda, seguida de Diadema, com 55,9% e 13,6%; Mauá, com 48,4% e 12,5%; e Rio Grande, com 44,8% e 11%

Juntas, porém, as sete cidades têm 59,4% da população adulta protegida com a primeira dose e 17,1% com as duas aplicações, número que, segundo especialistas, é o que deve ser levado em consideração para que o Grande ABC possa, enfim, comemorar possível controle da disseminação da doença.

Diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri frisa que, mesmo quando as cidades chegarem a 70% do público com 18 anos ou mais vacinado com as duas doses, a comemoração de controle deve ser cautelosa, já que ainda “não existe número mágico de cobertura vacinal” para se considerar que a pandemia está, de fato, controlada. “Quem ousa dizer que vamos atingir a imunidade coletiva com ‘X’ porcento (de aplicação de vacina) não leva em consideração o surgimento de variantes, a duração da proteção da vacina e a necessidade ou não de revacinação. É um número que, na prática, não existe”, explicou Kfouri.

O diretor da SBIm pontuou que esse número de 70% é estimativa contando com as duas doses aplicadas, já que, por lógica, quanto maior o número de pessoas vacinadas, a interrupção de transmissão viral tende, de maneira progressiva, a cair.

“Sabemos que a proteção de três das vacinas licenciadas no Brasil (Coronavac, Astrazeneca e Pfizer) é dada após a aplicação das duas doses. E nós temos número muito baixo de indivíduos vacinados com as duas doses, em qualquer lugar do País”, disse Kfouri, afirmando que, por esse motivo, “estamos longe de adquirir proteção”. “Estamos completando agora o esquema vacinal de idosos e de alguns portadores de doenças crônicas, além de profissionais da saúde. Acho que é cedo para dizer que vamos ter um impacto (de diminuição da contaminação) fora dessa população”.

Para Kfouri, por ora, o que se pode comemorar é o avanço da campanha de imunização. “Ter de 50% a 70% da população adulta vacinada com a primeira dose é um ponto a se comemorar. E estamos caminhando na redução das idades para começar a aplicar o esquema vacinal”, disse o diretor da SBIm, garantindo que “o mais importante” é que as prefeituras garantam a aplicação das duas doses em todas as pessoas que já receberam a primeira.

Kfouri destaca ainda que o controle da pandemia não está ligado somente às vacinas, mas que deve-se levar em conta as variantes, a taxa de transmissão viral e, sobretudo, medidas sanitárias e de distanciamento físico eficazes. 




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