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Variante delta acende alerta no Grande ABC

Capital confirma o primeiro caso autóctone da cepa, que é transmitida mais facilmente

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
07/07/2021 | 00:03
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Divulgação


A Capital confirmou, segunda-feira, o primeiro caso autóctone da variante delta do coronavírus. Com isso, as cidades do Grande ABC acenderam o alerta e intensificam o rastreamento e acompanhamento dos casos da doença, além de tentar avançar na vacinação e conscientizar a população da manutenção dos cuidados sanitários.

O caso foi identificado em um homem de 45 anos – cuja identidade não foi revelada – do bairro Belenzinho, na Zona Leste da Capital. Segundo o governo do Estado, ele não tem histórico de viagem e apresentou somente sintomas leves da Covid, sem necessidade de internação. A confirmação da variante se deu por meio de sequenciamento genético realizado pelo Instituto Butantan. Outras três pessoas com quem o homem teve contato – sua mulher, enteado e filho – também apresentaram sintomas leves.

Mesmo com a proximidade das cidades do Grande ABC com a Capital, e a alta transição de pessoas diariamente entre os municípios, até ontem nenhum caso da variante delta havia sido confirmado na região. No entanto, o infectologista e diretor do centro de pesquisas clínicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Fabio Leal, explicou que a variante delta já é a mais predominante em circulação no mundo, e que é inevitável que ela circule no Brasil, chegando ao Grande ABC. “Já existem casos em diversas regiões do País e é provável que ela continue evoluindo e se tornando uma das variantes mais importantes em circulação aqui também”, frisou o especialista.

Fabio pontuou que ainda não se sabe exatamente o que a chegada da variante representará para a pandemia. “Isso tudo está em análise, principalmente nos lugares em que ela foi dominante”, reforçou, usando como exemplo o que ocorreu em Israel, Grã-Bretanha e Portugal que, mesmo conseguindo vacinar a maior parte da população, estão vivendo aumento de casos. “Nas próximas semanas e meses a gente vai entender o quanto isso vai ter de impacto na pandemia. Então (agora o importante) é o processo de vigilância epidemiológica e de observação dos números, que estão em queda, mas que podem sofrer aumento, principalmente se a gente relaxar demais nas medidas de distanciamento social e higiene”, finalizou Fabio.

Já o infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), José Ribamar Branco, explicou que as medidas para se proteger da variante são as mesmas, como isolamento físico, uso de máscara e distanciamento. “A vacina em grande número de pessoas, 70% a 90% da população, diminui o risco dessa variante não disseminar no Brasil, mas estamos longe de vacinação grande, ainda não chegamos nem na metade da população completamente vacinada”, criticou o médico.

“O que a gente espera é que ocorra o mesmo que houve com as variantes inglesa e a sul-africana, que não conseguiram se estabilizar o Brasil. Tivemos um grande movimento de pessoas que ficaram somente com a P1, não houve um avanço das outras cepas, e isso foi bom”, disse o médico. “O problema da delta é que, na medida em que o vírus vai evoluindo, fica cada vez mais transmissível, e os grupos de risco, principalmente idosos e pessoas portadoras de doenças crônica, são os mais vulneráveis”, finalizou Branco.

HISTÓRICO

A variante da doença foi identificada primeiramente na Índia, mas já se espalhou por todos os continentes, deixando centenas de mortos, sendo dois no Brasil, que teve o primeiro caso confirmado há um mês.

Até esta semana só havia confirmação de um caso da variante delta no Estado, importado do município de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Depois do segunda caso, a prefeitura de São Paulo informou ontem que está investigando a possibilidade de transmissão comunitária da cepa na Capital. 




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