Setecidades Titulo Memória
Um plebiscito em Santo André. Acisa reúne o comércio. Em pauta, a Semana Inglesa

Vigorava lei municipal que limitava o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, o que satisfazia o empregado e prejudicava o patrão

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
03/07/2021 | 07:00
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Sábado, 30 de junho de 1956. A Associação Comercial e Industrial de Santo André era conhecida pela sigla Acimsa. Funcionava no coração da cidade, à Rua Coronel Oliveira Lima, 174, histórico corredor do comércio que atraía consumidores não só da cidade, mas também de outras cidades, em especial São Bernardo e Mauá.

A Semana Inglesa funcionava há um ano, prejudicando o comércio. Muitos moradores, pela facilidade de deslocamento pelo sistema ferroviário, reservavam o sábado para compras em São Paulo.

E o plebiscito foi realizado. “Você é favorável à instituição da Semana Inglesa para comércio de Santo André”, era a questão colocada.

Compareceram 247 comerciantes: 171 votaram ‘não’; 76 optaram pelo ‘sim’. E o resultado foi encaminhado à Câmara Municipal, para novos debates e possíveis deliberações.

TRÊS PARTES
Segundo o semanário Jornal de Santo André, o número de votantes foi considerado reduzido. Dizia o jornal, em sua edição de 4 de julho de 1956:
- A Acimsa (Acisa) possuía perto de 500 associados, para um total de 4.000 estabelecimentos comerciais registrados na Prefeitura e no Posto Fiscal do Estado.
- Os 171 votantes contra a Semana Inglesa representavam apenas 4,3% dos comerciantes de Santo André.
- O plebiscito ouviu uma parte dos interessados; não ouviu os comerciários nem os consumidores.
Claramente favoráveis à lei municipal 1.094, que limitava o horário de funcionamento do comércio andreense, concluía o jornal: “(...) até o presente momento, os consumidores não se pronunciaram a favor ou contra a Semana Inglesa. Diante do seu silêncio, deduz-se que eles estejam de acordo com o novo horário fixado para o comércio local”.

ASSIM...
O resultado daquele plebiscito que se perde no tempo foi encaminhado à Câmara Municipal, também localizada à Rua Coronel Oliveira Lima.
Novos debates viriam, pelos dias, meses e anos seguintes.
O Centro de Santo André se expandiria. Viriam as eras dos magazines, supermercados e shoppings, que obrigariam à reformulação dos antigos armazéns, lojas e demais estabelecimentos comerciais da cidade. Novos capítulos seriam escritos.
Ficam na memória os nomes dos dirigentes classistas da época, hoje históricos:
- Antonio Braga, presidente da Acimsa (Acisa).
- Ramiro Colleoni, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Santo André.
- Bruno Boschetti, presidente do Sindicato dos Hotéis e Similares.
- Jair Cranchi, presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria

A dama da Literatura
Texto: Milton Parron
A paulistana Lygia Fagundes da Silva Telles, a ”dama da literatura brasileira”, nascida em 1923, é considerada pelos críticos e pelos leitores uma das mais notáveis escritoras do século XX.
Advogada, romancista e contista, Lygia casou-se duas vezes, a primeira delas com seu professor da Faculdade de Direito da USP do Largo de São Francisco, Gofredo Telles Júnior.
Extremamente bem-humorada e espirituosa, ela arrancou aplausos demorados da plateia, constituída em sua maioria por jovens, quando participou em outubro de 2010 do evento Balada Literária, promovido na Livraria da Vila.
Aquela palestra será o foco do programa Memória deste fim de semana, com garantia de gostosas gargalhadas e mais motivos de reverência a essa grande mulher, que é imortal da Academia Brasileira de Letras desde 1987.
Lygia Fagundes Telles é autora de obras como Ciranda de Pedra, Verão no Aquário, As Meninas, Porão e Sobrado, Praia Viva e muitas mais que lhe renderam dezenas de prêmios no Brasil e nos países onde seus livros foram traduzidos.

EM PAUTA. Rádio Bandeirantes AM (840) e FM (90,9) – Uma Palestra com Lygia Fagundes Telles. Produção e apresentação: Milton Parron. Hoje, às 22h, ou após o futebol, com reprise domingo às 7h e durante madrugadas da semana.

Diário há meio século

Sábado, 3 de julho de 1971 – ano 13, edição 1577
Manchete – Mauá: ninguém quis as casas leiloadas do BNH
Pela segunda vez, ninguém se interessou em adquirir as casas que o Banco Nacional da Habitação e o Emissor S/A Crédito Imobiliário estavam leiloando no Parque São Vicente, em Mauá. As 20 casas foram abandonadas pelos primeiros compradores.
Esportes – Iniciam-se hoje (3 de julho de 1971) os Jogos Regionais Zona Sul em Itu, reunindo centenas de atletas, na maioria da região.<TB>

Em 3 de julho de...

1966 – Notícias publicadas pelo News Seller:
- Casas e apartamentos do IAPI vão ser colocados à venda para seus moradores.
- Roberto Carlos visita a fábrica da Willys Overland, em São Bernardo. E recebe as chaves de um modelo 400.0.
- Pirelli, campeão absoluto do pugilismo amador.
1986 – Montadoras viviam o drama que se repete: 8.000 veículos à espera de peças.
1991 – São Caetano vivia o drama da falta d’água em vários bairros. No bairro Cerâmica, a água não chegava há sete dias.
n Vôlei juvenil masculino do CA Pirelli conquistava o bicampeonato estadual ao vencer o Banespa por 3 sets a 2.
2016 - Com um ano de antecedência, o Grande ABC organizava o 14º Congresso de História, marcado para Rio Grande da Serra em 2017.

Hoje

- Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial

Santos do Dia

- Leão II. Siciliano. Foi papa por um curto período entre os anos 682 e 683, menos de 11 meses.
- Tomé, israelita. Um dos 12 apóstolos de Jesus
- Tommaso. Ou Tomás. Viveu na Galileia no I século antes de Cristo. Protetor dos agrimensores, arquitetos e geólogos Patriarca de Constantinopla: faleceu em 3 de julho do ano 458

Municípios Brasileiros

- No Estado de São Paulo, hoje é o aniversário de Águas da Prata. Elevado a município em 1935, quando se separa de São João da Boa Vista.
- Pelo Brasil: Brasileia (Acre); Cocalzinho de Goiás (Goiás); e Três Pontas e Ubá (Minas Gerais).
 




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