O filme, feito em 1969, é baseado no livro homônimo de Mário de Andrade. O romance modernista conta a história do personagem Macunaíma, um negro que quer virar branco. O personagem deixa o sertão e vive uma longa e tumultuada aventura urbana, antes de voltar à selva.

Na tela, Macunaíma extravasa o tropicalismo por ser repleto de exotismo, com palmeiras, periquitos, colibris, samambaias, índios, araras, bananas. O personagem principal é vivido por Grande Otelo e Paulo José – cada qual em uma fase da história – ambos como o típico herói sem caráter. Preguiçoso, fanfarrão e depravado, Macunaíma luta para ganhar dinheiro sem trabalhar e não se cansa de exclamar ‘Ai que preguiça’.

No livro e no filme, este ‘herói’ nasce preto, mora na selva com os irmãos, mas após um desejo no poço se torna branco. Então ele vai à cidade, conhece uma guerrilheira, combate um figurão italiano e sucumbe aos encantos da Iara, a sereia. Visto de certo ângulo, o filme parece nada menos que delirante, mas é esta mesma a proposta do Mario de Andrade, ao discutir os valores de nossa sociedade.

O Sesc fica na rua Tamarutaca, 30, na Vila Guiomar, em Santo André. Mais informações pelo telefone 4469-1250.