Presidente da Câmara de São Bernardo, Ramon Ramos (PDT) afirmou que a política de austeridade implementada pelo seu antecessor no cargo, o vereador Pery Cartola (PSDB), engessou serviços da casa e contribuiu para que o Legislativo local perdesse protagonismo e para que aumentasse distanciamento dos parlamentares com a população.

Em visita à sede do Diário, Ramon disse que sua missão é resgatar a “pujança” de uma das “maiores câmaras do Estado”. “Entendo que era momento de dificuldade econômica, com crise, e a população pedia corte de gastos. Mas vejo que a austeridade (de Pery) passou dos limites. Ele devolveu quase R$ 20 milhões para o Paço (em dois anos) e deixou de desenvolver trabalhos que a Câmara necessitava”, apontou o parlamentar de terceiro mandato e que pela primeira vez dirige a casa.

O mandatário elencou que o cinto apertado nas finanças provocou queda na qualidade do serviço de limpeza, fez com que manutenção estrutural do prédio fosse deixada de lado e impediu que houvesse readequação no quadro de servidores públicos.

“Hoje a Câmara recebe R$ 77,5 milhões ao ano, de repasse da Prefeitura. Se fosse se apegar no percentual (que diz a legislação), a Câmara poderia receber R$ 106 milhões. Essa diferença de valores ocorreu porque os prefeitos viram tudo que foi gasto e devolvido e se sentiram na situação de não repassar o montante que é necessário. Os dois últimos anos foram terríveis economicamente e politicamente. Há momento para diminuir os gastos. A redução de gastos é boa, mas não pode engessar a Câmara. Desse jeito não é economia positiva”, declarou.

O pedetista discorreu que tem feito levantamento de contratos feitos por Pery e que já vem analisando a redução de valores promovida pelo antecessor. Ele pontuou que reparos estruturais serão feitos, mas que seu objetivo é fazer a casa relevante de novo.

Ramon disse que quer contratar agência de publicidade para divulgar as ações da Câmara e chamar a população para atuar junto com os vereadores. “Vivemos em uma época de fake news. Precisamos mostrar quais atribuições de um vereador, quais as comissões temos, quais debates podemos travar. Hoje há distanciamento. A população não aguenta nem ouvir falar de política e há esse distanciamento? Fica difícil.”

Sobre a relação com o prefeito Orlando Morando (PSDB), Ramon declarou fazer “parte do time” do tucano. Ele foi líder de governo no primeiro biênio deste mandato. “Ramon Ramos é grupo. Homem de grupo, de palavra, que vai do começo até o fim. Tudo isso com intuito de melhorar a cidade. Nada de fazer algo individual. Sou soldado. Esse soldado faz parte do exército do prefeito Orlando Morando. Faço parte do projeto do prefeito Orlando Morando.”