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Investigação da PF chega a 'novo endereço' de Rocha Mattos
19/11/2003 | 00:31
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Ao investigar o envolvimento de magistrados federais com uso de placas frias em carros particulares, a Polícia Federal (PF) chegou a um edifício residencial no bairro de Perdizes, zona Oeste de São Paulo, que foi ocupado durante alguns anos pelo juiz João Carlos da Rocha Mattos - preso na Custódia da PF na capital paulista, acusado de ser o mentor de "organização criminosa" para tráfico de influência, corrupção e venda de sentenças.

A PF descobriu que Mattos foi proprietário de um apartamento no 14º andar do AvantGarde, à rua Ministro Godoy, 603. Relato de moradores vizinhos indica que o juiz freqüentava o imóvel "esporadicamente". Quase sempre aparecia em automóveis de luxo. Às vezes, chegava numa Land Rover verde, outras vezes, num BMW conversível.

Os federais tentam mapear as placas que eram usadas pelo juiz para confrontar com os dados de chapas obtidas em "caráter reservado". A PF quer saber de quem o juiz adquiriu o apartamento e o nome do comprador. Antes de ser preso, Mattos afirmou que vendeu o imóvel por R$ 70 mil, "tudo declarado ao Imposto de Renda". O juiz teria feito negócio com o advogado Affonso Passarelli, que está preso.

Na denúncia que encaminhou ao Tribunal Regional Federal (TRF), a Procuradoria da República dedica um capítulo para a "atuação de membros da quadrilha para facilitar o uso de placas reservadas em seus veículos particulares". Um inquérito judicial no TRF está em curso para apurar o caso.

Escuta telefônica realizada em 26 de dezembro de 2002 flagrou Mattos orientando o delegado José Augusto Bellini a "negar que os juízes usavam as placas". Bellini havia sido intimado a depor no TRF. O delegado encerrou dizendo que "precisavam conversar para acertar a linha de argumentação". Para a Procuradoria da República, "a forma de tratamento entre Rocha Mattos e os demais integrantes da quadrilha, servidores públicos federais, revela confiança, camaradagem, fruto da diuturna comunicação, formando um grupo permanente para cometimento de ilícitos penais, facilitados pelo mau uso do cargo que ocupam."




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