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Bia deixa preguiça e videogames de lado para voltar à Seleção de basquete

Ex-catadora de lixo, pivô de Santo André é xodó de Laís Elena, que puxa orelha da jogadora

Por Dérek Bittencourt
24/11/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O basquete feminino de Santo André é reconhecido nacionalmente como celeiro de talentos. Nas últimas décadas, são vários os exemplos de jogadoras que iniciaram na quadra do Dell’Antonia e chegaram à Seleção Brasileira. Um dos casos mais recentes foi da pivô Bia, convocada desde as seleções de base e que foi até cotada para ir à Olimpíada Rio-2016.

Entretanto, algumas situações fizeram a andreense de 21 anos perder espaço: preguiça, sono e videogame. “(Só queria)</CF> Dormir e jogar. Estava mesmo preguiçosa esses tempos atrás, mas melhorei”, admite a camisa 23, de 1,91 m, que gosta de games de futebol e tiro, como Call of Duty, Counter-Strike e Grand Theft Auto. “(Voltar à Seleção)</CF> Só depende de mim. Vou buscar. Tenho 21 anos e muito a aprender com o basquete ainda. É o sonho de qualquer atleta”, decreta.

Dona de história de vida de superação, Bia foi catadora de lixo durante a infância e início da adolescência, antes de ser convidada a treinar por Laís Elena (atual adjunta de Esportes da Prefeitura de Santo André). Passados oito anos, as duas mantêm relação de proximidade, que pôde ser notada ontem, na estreia da equipe nos Jogos Abertos do Interior, contra Catanduva. “Vai, Bia!”, “Gancho, Bia!” e “Boa, Bia!”, foram algumas das falas à jogadora.

“Para mim ela é especial. Falo que todas as meninas têm de ajudar não só a jogadora, mas a pessoa, dar todo apoio para ela se encaminhar na vida, porque não teve nada em casa, estrutura familiar zero. Tudo isso fez com que eu me aproximasse mais ainda dela”, confidencia Laís. “Ela é minha mãe. Tudo o que tenho hoje é graças a Deus, ao basquete, a Laís e a Arilza, que sempre acreditaram em mim. Amo muito”, diz a atleta.

Durante o intervalo, após alguns erros de Bia, a ex-treinadora andreense a chamou de canto e passou algumas orientações. “Está vendo? Ela voltou outra no segundo tempo. Precisa de incentivo”, afirma Laís, que além de conselhos, deu uma bicicleta para a jogadora ir aos treinos. “Falo para ela: ‘Se a quadra tiver livre, vem treinar fundamento’. Voltar para a Seleção só depende dela. Tem todas as condições”, conclui.

Andreenses confirmam favoritismo na estreia

Santo André estreou com vitória no basquete feminino dos Jogos Abertos do Interior. Ontem à tarde, diante de Catanduva, o cenário era muito diferente de cinco dias antes, quando o Ginásio Pedro Dell’Antonia estava lotado para a final do Paulista da modalidade – vencido pelas andreenses. Mesmo assim, o time da casa confirmou o favoritismo e triunfou: 73 a 48.

“A gente vem da conquista do Paulista, então isso dá responsabilidade para a gente”, destacou o técnico Bruno Guidorizzi. “Desde o Paulista, Catanduva sofreu com muita lesão e veio com time reduzido”, ponderou ele.

De acordo com o treinador, os Abertos lhe darão chance de rodar todo o grupo, já como preparação à Liga Nacional, a partir de janeiro. “Serve para pegarem ritmo de jogo. (Liga é) Campeonato forte, importante elas terem essa rodagem.” 




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